Selection Day é uma nova série da Netflix, baseada no romance com o mesmo nome do autor Aravind Adiga, lançado no ano de 2016. A série segue o paradigma mais recente da Netflix de apostar em séries de outras línguas para além do inglês. Desta vez, esta viagem cultural na carruagem Netflix leva-nos até à Índia, onde conhecemos a história de dois irmãos, Manju e Radha, que são forçados pelo pai a competir em torneios de críquete para que estes sejam selecionados no dia da escolha dos melhores. O objetivo do pai é que os filhos tenham uma vida melhor e sejam levados das condições em que vivem para uma realidade bem mais bonita. Para tal, os irmãos, que não ligam assim tanto ao críquete, terão de competir para serem os melhores.
Em primeiro lugar convém sempre saudar a plataforma por dar oportunidade a estes projetos novos e multiculturais. É sempre bom conhecer novas culturas televisivas e perceber que, no fundo, os problemas humanos são os mesmos, falemos nós português, inglês ou outra língua qualquer. É isto que retiro logo do piloto. Dois rapazes que vivem o sonho e a pressão de um pai autoritário. Como seria de esperar, a relação destes não é a melhor e muitas vezes acabam por aceitar as ordens do pai, que inclusive acredita perceber mais de críquete do que o próprio treinador dos rapazes. É uma relação fria entre os três personagens e que certamente encontrará muitas semelhanças com muitas relações familiares. Vemos também um contraste interessante entre um mundo pobre e o mundo dos ricos. Quase como dois extremos, de um lado um pai que quer mandar os filhos para o mundo rico, para que estes tenham tudo, e do outro um empresário de sucesso que não consegue ser totalmente feliz. Basicamente são temas comuns a todos e que nos fazem conectar com a história.
Resta-me dizer que as interpretação são aceitáveis, com foco nos atores que fazem dos dois irmãos. Certamente serão eles os grande destaque. Quem estiver curioso em conhecer esta realidade apresentada na série, veja o piloto. Tem pouco mais de vinte minutos e é de bastante fácil compreensão.
Carlos Real