Vikings – 05×15 – Hell
| 29 Dez, 2018

Publicidade

[Contém Spoilers]

Pelos primeiros 20-25 minutos de episódio, temi que Hell se somasse aos restantes quatro episódios como outro sem “identidade” viking e sem capacidade de nos ficar na memória, não adicionando valor ao que foi trilhado até aqui, mas um volte-face rumo a uma batalha bem coreografada e construída de um modo inovador para manter o resultado final oculto criou um ímpeto que fez deste um episódio de qualidade superior e com forte impacto para o futuro da série.

Começámos com Ivar, em Kattegat, que tenta entreter-nos com as suas mentiras, enquanto aguarda o nascimento do filho que não é seu. Ainda há alguém com paciência para aturar este falso-deus e as suas mentiras e ambições vagas e inertes? Depois da vitória no final da primeira metade da série, Ivar e o seu exército estavam em condições de partir à conquista e alargarem o seu domínio em busca de poder e glória, mas a storyline desenvolveu-se no sentido oposto, o desejo de poder tem-se ficado pelas palavras e por ações internas que não só não reforçam a força de Ivar, como ridicularizam a sua imagem perante o seu povo e face aos fãs da série.

A esperança de interesse da série residia em Wessex e foi justamente aí que finalmente tivemos Vikings! De um lado, os pagões liderados por Harald Finehair e com um reforço de última hora, Magnus, o filho de Ragnar que não encontrou apoiantes para a sua causa no grupo de Lagertha, versus um exército cristão com alguns vikings “convertidos”, prontos a ajudar a fazer a diferença, Bjorn, Hubbe e Lagertha.

Ressalvo em primeiro lugar que a batalha teve uma fotografia extraordinária, sobretudo na breve cena de início de batalha, com fogo a envolver o “tabuleiro” e com o avançar destemido das tropas rumo ao embate!

A apresentação de batalha em modelo de flashbacks não foi novidade – já o tínhamos visto anteriormente na série. No entanto, o que deu o carácter inovador e que conseguiu criar um suspense e dúvida crescentes quanto ao resultado final foi o discurso de um Alfred ensanguentado no pós-batalha: aí sim o episódio foi surpreendente e manteve o interesse na batalha aceso até à derradeira revelação. Sempre pensei que o exército de Alfred saísse vencedor, mas o modo como a cena foi montada conseguiu gerar uma dúvida cativante. Resta-nos saber qual será a reação de Ivar ao regresso do derrotado Finehair.

A batalha resultou na perda de mais uma personagem central da série – tivemos de nos despedir do Bispo Heahmund, um guerreiro fervoroso, com motivações peculiares, mas implacável com uma espada na mão e que foi, quanto a mim, a melhor personagem desde que perdemos Ragnar. Confesso que fiquei surpreso, não contava que perdêssemos esta personagem nesta fase, mas a série precisava de um acontecimento marcante que elevasse as emoções e tensões que estão demasiado monótonas desde o regresso. É pena que tivesse de ser Heahmund o sacrificado, mas teve uma boa última cena, ainda que ficasse a faltar uma despedida em condições do seu último amor…

Num momento em que tenho achado que tem havido pouco Bjorn e pouca Lagertha e sem Floki na ação central, sem o aparecimento de novas personagens marcantes e com o desaparecimento de Haehmund, o bom momento originado por este episódio poderá ser passageiro devido a uma carência de líderes para a série. No entanto, o desaparecimento de Lagertha e a revelação da mãe de Alfred ao filho deixam pontas soltas que me deixam, de certo modo, ansioso pelo próximo episódio.

André Borrego

Publicidade

Populares

estreias posters calendário novembro 2024 séries

Assalto a Paris Paris Has Fallen

Recomendamos