Nuestros hermanos continuam a surpreender. Élite é o novo drama de mistério policial que, tal como La Casa de Papel, já conquistou o mundo. Com Jaime Lorente, Miguel Herrán e María Pedraza nos papéis principais, a série da Netflix aborda um homicídio em Las Encinas, um colégio privado de elite, após um ano de amores e desamores, violência e comportamentos destrutivos.
A história inicia-se após o ingresso de três alunos bolseiros na escola: Samuel (Itzan Escamilla), Nadia (Mina El Hammani) e Christian (Miguel Herrán). A chegada do trio vem desestabilizar a tão cuidada e aparentemente perfeita estrutura social.
Irreverente e intrigante, Elite capta a atenção desde o primeiro minuto e, durante todo o primeiro episódio, mudamos de opinião sobre quem será o verdadeiro assassino. Todos têm motivos para não o fazer, mas são os motivos para cometer o crime que surpreendem.
Itzan Esccamilla transmite-nos com bastante facilidade a vontade cliché de ser mais do que um rapaz de bairro, mas a sua personalidade tímida e humilde é obviamente um obstáculo. Mina El Hammani desde cedo nos deixa emocionados com a xenofobia que sofre e a forma como lida com a situação é um cheirinho da realidade para muitos membros da religião, não só em Espanha, mas em vários países pelo mundo. Contudo, a medalha de ouro vai para Herrán, que nos surpreendeu em La Casa de Papel e mostra que pode ser algo mais, apresentado-nos uma personagem que em nada tem a ver com o seu Rio.
É difícil apontar algo negativo a esta estreia, tão perfeitamente cuidada e estudada. A realidade que nos é esfregada na cara torna-se num abre-olhos para muitos dos problemas da sociedade atual. Um bom exemplo disso é Ander (Arón Piper) e Osmar (Omar Ayuso), que lutam para esconder a homossexualidade, seja por motivos religiosos, seja por medo do preconceito. Esta dupla afirma-se como uma das maiores apostas da temporada logo no primeiro episódio.
Bullying, sexo, drogas e contraste de classes são alguns dos principais temas da nova aposta da Netflix. Sem papas na língua, com um mistério envolvente à mistura, é desta forma que nuestros hermanos nos oferecem mais uma grande obra do pequeno ecrã. Agora só resta mesmo uma questão: quem matou Marina?
Beatriz Pinto