New Amsterdam, série baseada na obra de Eric Manheimer, Twelve Patients: Life and Death at Bellevue Hospital, retrata o dia a dia de um dos hospitais públicos mais antigos dos Estados Unidos da América. Com a chegada do Dr. Max Goodwin enquanto novo diretor médico, o hospital vai sofrer uma grande reviravolta. O Dr. Goodwin veio para transformar o hospital, começando por despedir médicos de departamentos que apresentam taxas de mortalidades bastante elevadas ou despedir aqueles que se tinham esquecido do porquê de se terem tornado médicos. Determinado a lutar contra a burocracia e, juntamente com outros médicos, procura trazer uma nova vida ao hospital, onde os pacientes são a base principal, sejam de que estrato social for, venham de onde vieram; em primeiro lugar está o tratamento. A ideia é trazer New Amsterdam novamente à ribalta pelas suas boas referências, trazer o hospital ao esplendor de antigamente, trazer aos seus médicos o lado humano de cuidadores.
Max acusa alguns médicos de só se importarem com o dinheiro, deixando a sua verdadeira vocação para trás. Convencido de que irá revolucionar enquanto novo diretor, pretende deixar ao seu redor apenas os bons, aqueles que não se esqueceram do que significa verdadeiramente a profissão. Além da força e energia que o Dr. Goodwin transmite, ele próprio vive os seus dramas. Afastado da esposa grávida, quer fazer de tudo para a conseguir de volta, já que esta o “acusa” de se importar mais com a profissão do que com a família. A ligação de Max com aquele hospital é muito forte, já que foi ali que ele e a irmã nasceram e onde a irmã morreu com apenas oito anos de idade.
O episódio começa com um surto no edifício das Nações Unidas, deixando muitas pessoas doentes que acorrem ao New Amsterdam. E num dia com bastante movimento no hospital, eis que chega um jovem, com um ar débil e adoentado, que colapsa em plena sala de espera. Desconfiados de que o jovem está infetado com Ébola, colocam-no numa sala protegida. Ao receberem a visita de agentes do FBI são informados de que possivelmente o jovem tinha sido enviado pelo Estado Islâmico, desde a Libéria, para infetar as pessoas em Nova Iorque com o vírus. No final, e depois de se pensar que uma médica tinha sido infetada por não respeitar as normas de proteção na tentativa de salvar o jovem, sabe-se que afinal a doença não é infeciosa e é facilmente tratável.
A trama desenvolve-se ao longo deste primeiro episódio e a premissa não foge muito ao estilo das outras séries do género. Ao longo do episódio acontecem uma série de histórias paralelas, diagnósticos mal feitos, amores e desamores, jovens pacientes problemáticos, enfim, toda uma bateria de problemas. A vida de Max não se adivinha fácil; além da mulher quase perder o bebe, não acredito que os médicos que estão contra o seu sistema o deixarão em paz. Pior do que isso tudo, já no final do episódio, é que Max é informado que tem cancro.
A serie não me pareceu muito diferente das restantes séries de médicos a que estamos habituados. Ao longo dos anos temos sido inundados de séries que retratam o daily basis de uma equipa de médicos, umas com mais qualidade do que outras, algumas com características próprias que as distinguem, mas New Amsterdam não se destacou em nada de particular. Quem aprecia as séries deste género não perde nada em dar uma espreitadela. Lamento dizê-lo, mas para mim é mais do mesmo.
Ana Galego Santos