Este artigo contém spoilers!
Este episódio foi talvez o mais difícil de perceber, mas foi bastante emotivo e teve um regresso há muito esperado. Aconteceu praticamente todo durante o mesmo espaço temporal, onde tivemos um pouco da evolução de todos os núcleos.
Maeve mata praticamente todos os guerreiros do Shogun World. O controlo dos anfitriões através da mente torna-a muito poderosa e temida, é chamada de bruxa. Ainda assim, Maeve mostra um lado humano quando deixa que um dos guerreiros lute contra Musashi pela sua honra. Musushi acaba por matá-lo, mas, ainda assim, segundo a tradição, teve uma morte honrosa. Akane leva o coração de Sakura a um templo e queima-o. Depois, ela, Hanaryo e Musashi separam-se do resto do grupo que segue para outra parte do Westworld; chegam ao local da narrativa da filha de Maeve. Lá, ela volta a mostrar um lado bem humano, agradecendo a Sizemore pela ajuda. Maeve encontra a filha, mas rapidamente aparece a mãe dela, desta vez interpretada por outro anfitrião que não Maeve. Nisso, a nação fantasma aparece e ataca-os.
Outro momento humano no episódio foi a conversa de William com a filha Grace. A filha perdoa o pai e diz que não o acusa da morte da mãe. Ela revela ainda que veio para o parque para encontrar o pai e o levar de volta para o mundo real. William emociona-se, talvez pela primeira vez na série, e aceita a proposta da filha, dizendo que na manhã seguinte sairão do parque juntos. Na manhã seguinte, Grace acorda e o pai já não está lá.
Depois de, no episódio passado, Dolores ter “melhorado” Ted, ela vê-se agora com um homem diferente. Ted está impiedoso, nota-se que tem um gosto em matar e provocar o medo nos outros. Isso vê-se pela maneira como mata os dois funcionários da Delos que Dolores usava. Um deles jurava não ter informações e então Ted dá-lhe um tiro na cabeça. O outro é deixado na carruagem a descarrilar e Ted dá-lhe uma pistola, dando-lhe a escolha de morrer pela arma, matando-se, ou então explodia com a carruagem. Foi o que aconteceu. A dada altura nota-se que Dolores parece mesmo arrependida e assustada com o novo Ted.
Bernard e Elsie encontram o berço, que é o local onde guardam as informações sobre os anfitriões. É ainda difícil perceber ao certo o que o berço é, mas sabemos que no futuro próximo ele vai ser queimado, pois vimos isso em cena mais à frente no tempo em episódios passados. Bernard entra numa máquina que o faz viver uma experiência onde vê as narrativas do Westworld a acontecer. Inclusive, ele ouve o piano a tocar e, no reflexo do mesmo, vê nada mais nada menos que Ford. Sim, o incrível Anthony Hopkins voltou!!!
Nota ainda para duas cenas interessante. Voltamos a ver Dolores e Bernard a conversarem. Ela diz a Bernard que não é ele que a está a testar, mas sim ela que o testa a ele. A questão é: quando é que ocorreu essa cena? A minha teoria é que a cena ocorre dentro da máquina do berço que faz Bernard interagir com os anfitriões. Isto porque, se repararem, a imagem muda o formato sempre que Bernard está no berço e o episódio começa com o mesmo formato do berço. Comunicar através da parte técnica também é interessante.
Outro ponto foi Charlotte receber finalmente os militares da Delos e entregar aos mesmos Peter Abernathy. O pai de Dolores é imobilizado numa cena dolorosa em que os cientistas o prendem com pregos à cadeira, numa clara alusão religiosa à crucificação de Cristo.
Este foi talvez o episódio mais emocional de que me lembro de Westworld. Tivemos momentos muito pesados, inclusive levando a que a compaixão, ou falta dela, se revelasse nos anfitriões. Claramente o berço vai ter um papel chave nesta temporada. Sabemos que vai ser destruído, mas não sabemos por quem. Mas será que só existe um berço dentro do parque?
Carlos Real