Atenção: contém spoilers!
Eve (Sandra Oh) é uma agente do MI5 que tem o sonho de ser uma espia, mas que, na realidade, trabalha, com bastante aborrecimento, com burocracias e trabalho de secretária. Percebemos isso na sua cena inicial, quando se encontra numa reunião importante sobre um recente homicídio e a sua maior preocupação é tentar comer o seu croissant sem que ninguém repare!
Já Villanelle (Jodie Comer), a nossa outra protagonista, é uma psicopata e assassina em série que mata pessoas a pedido, por várias cidades, o que faz com que seja um alvo altamente difícil de capturar.
As histórias das duas começam por ser distintas: Eve está convencida que o homicídio discutido naquela primeira reunião tem que ter sido cometido por uma mulher, já que a vítima era um político acusado de crimes de tráfico sexual. Mas por ter dito isto em voz alta na reunião, dias depois são magicamente descobertos vídeos de uma câmara de segurança que revelam um homem. Eve, que nunca chega a ver as imagens, não fica convencida e vai falar com a única testemunha do acidente, a namorada polaca do político. Esta acaba por afirmar ter visto uma mulher, confirmando a teoria de Eve de que algo está a ser encoberto.
Já Villanelle revela a sua faceta psicopata à audiência quando a vemos num dos seus trabalhos em Itália. Vemo-la a convencer um miúdo pequeno a chamar o seu avô ao quarto, onde, após fazer a típica jogada de tentar seduzir o homem mais velho, o esfaqueia no olho, sem qualquer misericórdia, nem compaixão. Aliás, a sua única preocupação é escrever o nome da designer que desenhou a colcha presente no quarto da sua vítima, para depois mais tarde encomendar uma para si própria, para o seu apartamento em Paris.
Entretanto chega o momento das nossas duas personagens se cruzarem. Quando Villanelle tem um novo trabalho em Londres, após descobrir que a namorada polaca afinal não tinha morrido e tinha, aliás, visto uma mulher a assassinar o seu namorado. Disfarçada de enfermeira, Villanelle encontra-se com Eve na casa de banho do hospital, já que Eve tinha planeado visitar a namorada do político para tentar arranjar mais informações. Tarde demais: quando Eve sai da casa de banho, após Villanelle ter feito um comentário casual sobre o seu cabelo, toda a gente dentro do quarto tinha sido assassinada. Eve é ainda acusada pelo seu chefe, por ter indiretamente causado as mortes, já que persistiu com a sua própria investigação, e acaba mesmo por ser despedida. No entanto, o episódio acaba com uma das suas chefes a pedir-lhe que trabalhe como agente secreta na investigação, já que também ela pensa que há muita coisa a ser encoberta!
Além de ser uma série bastante emocionante, o episódio destaca-se imenso pelo seu sentido de humor e compaixão. Eve é uma personagem divertida, mas muito humana, que de certeza vai conquistar os corações de toda a gente desde o primeiro minuto! Já Villanelle, apesar de ser o oposto, fria e assassina, tem imenso encanto quando, por exemplo, sorri ao receber os seus postais dos diferentes locais, que indicam o seu próximo trabalho. Estou bastante curiosa acerca da relação entre estas duas personagens, porque são ambas extremamente inteligentes e ambiciosas, o que se vai de certeza notar na perseguição gato e rato dos próximos episódios.
Sem dúvida uma série que vou continuar a seguir, um twist das típicas séries de assassinos/policiais, bastante mais leve, mas com uma faceta humana bastante forte. Já para não falar das atuações das atrizes principais, que são brilhantes nos seus papéis!
Killing Eve foi renovada para uma 2.ª temporada mesmo antes da estreia oficial, o que demonstra o seu grande potencial para ser uma das novas grandes séries deste ano! Caso consigam acompanhar, deixem a vossa opinião!
Ana Oliveira