Já foi transmitido o 16.º episódio de Person of Interest e, mais uma vez, as audiências registam novos mínimos. A série tem perdido seguidores e protagonismo mas, na minha opinião, não é pela falta de qualidade e de ação. A determinada altura, é necessário algo mais para “agarrar” o espetador. As várias histórias que continuavam sem desenvolvimento nas últimas semanas, também não favoreciam. Começavam a ficar esquecidas.
O episódio desta semana mostra a ação no passado e arranca com uma revelação. Harold já teve outra equipa antes de John. O homem forte era Dillinger e podemos dizer que era muito diferente de John. Mais descontraído, irresponsável e acabava por se envolver com quem devia proteger. A única semelhança era o lado mais letal de ambos. Quer dizer, pelo menos John era assim no início. Agora está armado em “consciente”.
Na história, passada quatro anos antes, Dillinger tem de proteger um sujeito, Daniel Casey, que pode estar em apuros. O modo de operar de Dillinger não parece agradar a Harold mas vai surtindo alguns resultados. Pelo visto, existe um casal à procura de Casey e, surpresa das surpresas, o casal é composto por John e a sua ex-companheira da CIA, Kara. No meio da presunção de Dillinger, John destaca-se pela qualidade enquanto operacional. Aliás, já naquela altura Harold tinha noção da capacidade de John.
Mas a trama deste episódio é ainda mais rica. A razão por que Casey está em apuros deve-se ao facto de ter sido contratado pelo Governo para testar a segurança de um sistema informático super avançado e complexo: a Máquina, criada por Harold. Depois disto, a CIA não podia permitir que um civil andesse pelas ruas tendo conhecimento deste sistema, daí surgiu a ordem para o eliminar. É assim que aparece John e a sua companheira. Como há ordem de “limpeza”, a Máquina manda o número para Harold. E assim se junta tudo na mesma ação. O único ingrediente que estava a faltar era uma terceira parte a tentar capturar Casey e a informação que ele tinha conseguido obter da Máquina. Até nisto a história foi surpreendente pois esse terceiro player é Greer, o sujeito que hoje sabemos ter adquirido a segunda Máquina, apelidada de Samaritano. Claro que também tinha de aparecer Shaw. Era a agente da CIA responsável pela “limpeza”. Já naquela altura tinha um feitio do pior!
O que eu não estava à espera era da forma como depois terminou a parceria entre Harold e Dillinger. A dada altura, pensei que ele tivesse ficado pelo caminho após mais um encontro com John e Kara. E confesso que também não estava à espera da forma como John terminou a sua missão. Mas isto explica muita coisa.
Podemos achar que são demasiadas histórias a bater certo mas parece-me que o resultado final foi muito bom. E aprendemos algumas coisas, nomeadamente qual o motivo para Harold ter escolhido John, depois deste supostamente ter sido morto pela CIA numa missão na China. Este foi um episódio onde foi possível contextualizar muitas questões, algumas delas vinham já da primeira temporada. Bem conseguido!
O episódio termina com o reaparecimento de Casey, já na atualidade, e de Root. Finalmente surge a continuidade que se esperava em relação a algumas matérias. Os próximos episódios prometem ser muito interessantes!
Nota: 9/10
Ricardo Almeida