Há aquelas séries que fazem sensação pelo mundo fora, conquistam legiões de fãs e geram consenso. São aquelas de que todos os nossos amigos falam porque não conseguem parar de ver. No entanto, por muito que uma série pareça agradar à generalidade do público, não se pode agradar propriamente a todos. Há sempre alguém que não vê nela a mesma magia que as outras pessoas parecem ver ou alguém que nem sequer suporta uma série pela qual o mundo se apaixonou. Bem, já adivinharam então aquilo de que vou falar: séries que todos adoram e eu não. Não vou destilar ódio, até porque eu não desgosto de nenhuma destas, mas não partilho por elas o entusiasmo que as tornou séries de enorme sucesso. Vale ainda a pena mencionar que vi inúmeros episódios destas séries e não apenas um ou dois para depois as colocar de lado. São séries em relações às quais sinto que vi o suficiente para formar a opinião que agora partilho convosco.
13 Reasons Why: Eu tenho sentimentos muito fortes em relação a esta série. Acho que aborda temas muito relevantes como o bullying, abuso sexual e, claro, o suicídio adolescente. Tenho vontade de bater naquelas pessoas que consideram 13 Reasons Why um incentivo ao suicídio, quando é tão obviamente o contrário, uma forma de apelar à humanidade que devia existir em todos nós para se evitar que existam mais Hannahs neste mundo. No entanto, apesar de eu achar louváveis os temas da série, para mim a forma como foram apresentados não é assim tão cativante. Eu não tive vontade de ver os episódios uns a seguir aos outros, o meu grande incentivo para continuar a ver a 1.ª temporada (para além de Kate Walsh, que está extraordinária!) era a forma como ia acontecer o suicídio, mera curiosidade, e nem tanto um interesse especial pela série em si. Confesso que pensei que ia terminar a 1.ª temporada e dizer “ok, fico-me por aqui”, mas admito que quis ver mais um pouco do que aquilo ia dar. Acabei por ver os episódios todos da nova temporada e tudo aquilo em que consegui pensar é que a série realmente não precisava de ter continuado a explorar a história.
Game of Thrones: Eu vou já confessar que não gosto de fantasia. No entanto, Game of Thrones tornou-se um fenómeno tão grande em tão pouco tempo que a curiosidade se apoderou de mim. Tinha algum tempo livre e por isso decidi começar a ver a série. Depois deixei de a ver também por falta de tempo, na 4.ª temporada; no entanto, acho que teria sido uma questão de muito pouco tempo até deixar de ver, porque simplesmente não é série para mim. Eu gostei das primeiras temporadas, quando as coisas eram um bocado mais simples, com uma série de famílias poderosas a dar-se mal entre si e envolvendo o tipo de intriga que se vê nas cortes reais. Assim estava bem para mim, mas quando a coisa começou a envolver muita fantasia, com Bran com os seus poderes sobrenaturais, por exemplo… Deixou de resultar para mim. Se Game of Thrones estiver a dar na televisão eu até gosto de espreitar e tenho sempre curiosidade em ler na internet os últimos acontecimentos da série, mas para mim não significa mais do que isso.
Sense8: De todas as séries que menciono nesta crónica, é por esta que sinto mais carinho. No entanto, o meu carinho é especialmente reservado a Nomi, a Amanita e à relação das duas. Foi a história delas que me fez colar ao ecrã na 1.ª temporada e continuar a acompanhar a série na Netflix. Também há uma mensagem muito especial de tolerância, de aceitação e amor próprio na série que me fizeram pensar por várias vezes que estava perante algo especial, mas se subtrairmos isso da equação, não há muito que me capte, de facto, a atenção. Gostei também bastante de Capheus e da história girl power de Sun, bem como do trio Daniela/Lito/Hernando, mas os restantes personagens e as narrativas à volta deles aborreceram-me. Também não sou fã do género sci-fi e desde o início que disse para mim que Sense8 não seria uma série da qual iria gostar por muito tempo. Estava certa! Vi a 2.ª temporada mais por saber que seria a última do que por outra coisa e também vi o episódio final, mas só por uma questão de não deixar a série por terminar. A série em si não me vai deixar saudades, mas guardarei na memória Nomi e Amanita como um dos melhores casais do mundo das séries.
Sons of Anarchy: Esta série esteve muito tempo na lista das que queria ver. Não sei bem porquê, mas às vezes há coisas que me despertam a curiosidade sem conseguir apontar um motivo específico. A série é porreira, gostei da 1.ª temporada e ainda me aventurei pelo início da segunda, mas fiquei-me por aí. Não porque não tenha gostado, mas porque estava à espera de que fosse mais uma daquelas séries que me ia deixar colada ao ecrã e na realidade isso não aconteceu. Adorei Jax – e não apenas pela sua bela cara e corpinho – e achei a relação dele com Tara bem interessante; também gostei imenso de todo o tempo de ecrã que a peste da Gemma teve, mas houve algo que não foi o suficiente para mim. Não senti com a série a ligação de que estava à espera e esse foi o principal motivo para não ter continuado a ver.
This Is Us: Desde que saiu o primeiro trailer que a minha vontade de ver This Is Us era muita. Por falta de tempo, já a 1.ª temporada tinha sido emitida na íntegra quando comecei a ver. As minhas amigas mais próximas já tinham visto e se uma delas partilhava a opinião da generalidade do público de que é a série de todas as emoções e que faz chorar, a outra tinha uma visão não tão positiva. É precisamente a opinião desta segunda amiga que eu partilho. Não há dúvida de que This Is Us é uma série ternurenta, mas em oito episódios não senti qualquer vontade de chorar – e eu choro a ver algumas séries – ou uma ligação especial. Não senti em momento algum que estava perante uma das séries mais queridas e especiais dos últimos anos. Aquilo que a maioria das pessoas vê em This Is Us eu não consegui ver e digo-o com muita pena. Pensei que esta seria a série que poderia ocupar um lugar tão especial como One Tree Hill e Friday Night Lights no meu coração, mas não. A maioria das pessoas apaixonou-se pela série logo no primeiro episódio e se comigo isso não tinha acontecido com metade da temporada vista, percebi que This Is Us não era especial para mim e concluí que daí para a frente não seria diferente.
Partilham connosco, com que séries é que isto vos acontece?
Diana Sampaio