Ill Behaviour traz-nos o famoso humor britânico, nesta nova comédia da BBC, contada apenas em três episódios. É mais uma comédia sobre cancro, o que causa logo controvérsia à partida, mas é capaz de surpreender.

Charlie (Tom Riley) é diagnosticado com linfoma de Hodgkin e decide rejeitar quimioterapia e, em vez disso, curar-se por meio de remédios naturais, como acupuntura e sumos. Joel (Chris Geere) e Tess (Jessica Regan), amigos de Charlie, não aceitam esta decisão. Acham que ele está a desperdiçar a sua vida, já que há uma probabilidade de 94% de sobrevivência quando o tratamento é quimioterapia. A razão porque Charlie rejeita esta opção é por ter visto a sua mãe sofrer quando esta também estava em tratamentos contra o cancro.

Mas Joel e Tess não conseguem ficar de braços cruzados, a ver o amigo ir por este caminho. Criam um plano louco que envolve raptar Charlie, fechá-lo numa casa que Joel comprou (graças ao dinheiro do seu recente divórcio), atá-lo a uma cadeira e administrar-lhe medicação, sem a sua autorização, durante os três meses necessários para se curar. Não é uma boa ideia, de todo, mas Joel continua convencido que isto é a melhor opção e o que tem que ser feito para salvar o amigo.

Outra personagem introduzida neste episódio é Nadia (Lizzy Caplan), uma oncologista com quem Joel tem um primeiro encontro online, arranjado por Charlie. Temos a impressão que depois daquele encontro nunca mais vamos ver Nadia, mas ela volta à história quando Joel a convence (com dinheiro, com bastante dinheiro!), primeiro a tentar convencer Charlie de que quimioterapia é a melhor solução. Depois disto falhar, Nadia é chamada para administrar a quimioterapia sem o consentimento de Charlie.

Este rapto com boas intenções torna-se, rapidamente, numa situação fora de controlo, quando a família de Charlie perde o contacto com este durante uns dias. Charlie acaba mesmo o episódio a pedir ajuda num jogo online, já que se sente realmente raptado e sem maneira de escapar!

Como referi no início, esta série pode não agradar a toda a gente por ter um tema controverso, mas pessoalmente gostei bastante! As personagens, a interação entre elas e as diferentes reações à situação fizeram com que eu estivesse entretida o episódio inteiro. E apesar de ser uma comédia e ter uma premissa louca, há um verdadeiro sentimento de amizade que une estas personagens e que faz com que o pensamento racional fique um pouco de lado quando se trata de salvar a vida de um amigo.

Ana Oliveira