Arrow – 06×05 – Deathstroke Returns
| 12 Nov, 2017

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[Contém spoilers]

The Mercs for Money

Quem aqui conhece e adora o Deadpool ponha a mão no ar! Ok, então toda a gente levantou a mão, certo? É engraçado como as coisas às vezes dão uma volta de forma a fechar o ciclo… Para quem não sabe, a personagem de Deadpool da Marvel foi criada com inspiração em Deathstroke, da DC Comics, e as parecenças iniciais são incontestáveis. O engraçado é que neste episódio temos então o melhor mercenário do mundo original, Deathstroke, e depois temos aquilo que parece ser uma junção entre o Punisher e Deadpool que resulta em Vigilante.

O episódio dividiu-se então em duas partes, uma passada em Star City, em que o protagonista foi Vigilante, e outra focada em Slade e Joe, numa vertente em flashback e outra no presente, em Kasnia.

Kasnia é um país fictício do universo DC que se localiza nos Balcãs e se caracteriza por uma guerra civil entre as fações do Norte e do Sul (uma Coreia da DC?). Este país teve a sua primeira aparição na série animada de Superman: The Animated Series (2007) e no Arrowverse também já foi referido inicialmente em Arrow na 3.ª temporada, episódio 17, e depois disso em Supergirl e em Legends of Tomorrow.

A utilização dos flashbacks foi feita como já tínhamos visto algumas vezes na temporada passada; por exemplo, para vermos a vida passada de Wild Dog e é uma ferramenta que funciona deveras bem. Conhecer Slade Wilson antes do mirakuru e até mesmo antes de Lian Yu foi bastante interessante. Embora seja claro o afeto pelo filho conseguimos perceber que para o Terminator o que vem primeiro é o seu trabalho. A cereja no topo do bolo foi a ligação da sua missão no passado com Yao Fei Gulong, que levaria Deathstroke a cruzar o seu caminho com Oliver Queen.

Algo que também saiu melhor que a encomenda foi a maneira como os produtores contornaram o novo modo de vida de Oliver e o facto de este não recusar ajuda a Slade. Os acontecimentos abonaram a favor das duas personagens, pois, por um lado, Slade decide primeiro tentar resolver as coisas de maneira diplomática e não recorrendo a violência, cumprindo a palavra que deu a Oliver (mesmo que para isso tenha tido que o drogar e impedir que ele fosse com ele para o plano B, que incluía menos falatório e mais violência) e mostrando que os seus dias como vilão parecem estar mesmo ultrapassados. E, por outro lado, Oliver manteve-se fiel à promessa feita a William, até mesmo no final, quando decide passar à ação, mas só depois da bênção do filho.

A invasão de Deathstroke ao esconderijo dos Jackals foi uma sequência de ação linda e maravilhosamente realizada. E o final que revela Joe como o verdadeiro líder dos Jackals só deu vontade de que esta semana o episódio fosse duplo.

Passando para os acontecimentos em Star City, a Team Arrow também teve bastante com que se entreter quando Vigilante regressa aos seus ataques e desta vez a sua vítima é a política Pollard (que está a tentar aprovar a lei anti-vigilantes). Como já referi anteriormente, nos comics, Vigilante é o irmão de Adrian Chase, no entanto, depois de toda a história com Prometheus estar resolvida e tendo sido aprofundada a sua vida pessoal onde pudemos observar o pai, a mãe e a mulher, não faria nenhum sentido agora de repente aparecer um irmão gémeo do vilão do qual nunca tínhamos ouvido falar. E isso deixa um buraco a preencher para a identidade do anti-herói Vigilante. Quem mais é que poderia estar por detrás da máscara que pudesse ser enquadrado na história de alguma das outras personagens?

Admito que quando Vigilante tirou a máscara não percebi imediatamente de quem se tratava (e qual é a cena de Dinah usar os poderes enquanto está a trabalhar como polícia?), mas quando nos avivaram a memória do passado de Dinah com o seu parceiro e do momento em que ela ganhou os seus poderes meta-humanos, de repente uma luz brilhou na minha cabeça e tudo fez mais do que sentido. Sinceramente, acho que a escolha de Vincent Sobel como Vigilante foi perfeita. Passámos de ter apenas um anti-herói para termos, em adição a isso, um novo meta-humano com poderes de cura ao género de Deadpool e Wolverine e ainda por cima com o regresso do ex-parceiro de Dinah Drake, que há muito se pensava morto e que tinha levado Dinah a seguir um caminho negro até ser resgatada pela Team Arrow. Com a estreia da série de The Punisher da Marvel/Netflix, os produtores têm de ter cuidado com a forma como abordam Vigilante para não o fazerem parecer um vilão, mas uma personagem mais complexa com atitudes a pensar no bem, mas extremistas.

Episódio a episódio, a agente Watson (que para mim continua a ser a versão do Arrowverse da Misty Knight) vai fechando mais o cerco à Team Arrow e já não deve faltar muito para ela ter provas das identidades de todos os vigilantes. O que acontecerá depois disso? Boa pergunta…

Se podíamos ter tido um episódio só com Deathsroke? Podíamos, e tinha sido espetacular, mas adicionar Vigilante à mistura foi uma jogada genial. Esperemos que a continuação da história de Slade Wilson e do seu filho mantenha a qualidade na semana que vem, em “Promises Kept”. Até lá, salvem as vossas cidades!

Emanuel Candeias

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