Adam Scott e Craig Robinson são praticamente veteranos no mundo das séries. Scott tem no currículo séries como Parks & Recreation e Big Little Lies e Robinson ficou popular em The Office, portanto, ambos estão confortáveis no mundo da comédia.
Contudo, o melhor que houve neste episódio piloto da nova série da FOX foi também o pior. Porque, a partir do momento em que uma série se aproveita dos atores famosos que tem, pode ficar rapidamente arrogante e com mais nenhum interesse sem ser isso. Porque para além de atuações boas, uma série precisa de uma história que possa acompanhar isso ou ninguém se vai dar ao trabalho de perder tempo a vê-la. Já apontei isto mais do que uma vez em reviews de episódios piloto, mas aqui vai de novo: com tanta oferta de série que aí anda, ninguém vai querer ver uma série que não seja realmente boa.
O que era de Ghosted sem os protagonistas que assegurou? Pouco mais do uma série meia de comédia (pouco me ri) e de ficção científica, que nos faz lembrar The X-Files e que quis muito em apenas vinte e três minutos líquidos de episódio.
Tudo começa quando um homem desaparece e um departamento secreto do governo, o The Bureau Underground, recruta dois homens para descobrir o seu paradeiro. Dois homens com carreiras brilhantes, mas que caíram em desgraça e ambos trabalham abaixo das suas capacidades. Adam Scott é Max Jennifer, um ex-professor da prestigiada Universidade de Stanford que agora trabalha numa livraria, e Craig Robinson, um ex-polícia da Polícia de Los Angeles. As razões pelas quais ambos foram demitidos são explicadas num abrir e fechar de olhos e o impacto que deveria ter tido eclipsou-se na corrida que foi este episódio.
O episódio teve os seus momentos de humor, mais pelos dois personagens principais que tiveram o nada cliché momento de desprezo, mas que se transformou em amizade graças às vivências a dois. A série pode ter realmente pernas para andar, se der mais profundidade aos personagens e não seguir o mesmo caminho de séries do género, que liga mais a ter piada e não tanto a quem lhe dá vida. E se recorrer aos mistérios semanais a par da procura do agente desaparecido. Não tenho grandes esperanças que a série seja renovada porque tem forte concorrência aos domingos, mas vamos ver.
Maria Sofia Santos