Uma série que combina semelhanças de Star Trek com o humor de Family Guy até tinha aspeto de ter potencial, mas infelizmente deixou muito a desejar.
A mais recente aposta da FOX é The Orville, série produzida por Seth MacFarlane, já conhecido entre o público pelo seu humor característico, em produções como Family Guy, American Dad! e o filme Ted. Seth é também quem interpreta Ed Mercer, uma das personagens principais da série.
Começa por nos ser apresentada uma cidade futurística; estamos no ano de 2417. Ed Mercer é convidado a ser capitão de uma nave exploratória denominada Orville, após ter ficado um ano afastado de funções espaciais por se encontrar demasiado perturbado. Isto porque, como descobrimos na cena inicial do episódio, Ed apanha a sua (ex) mulher Kelly Grayson (Adrianne Palicki) na cama com um extraterrestre azul. Uma primeira impressão da série um pouco bizarra, no mínimo!
A partir desta cena conseguimos rapidamente compreender que humanos e aliens convivem em conjunto (bastante) e, por isso, a equipa reunida para acompanhar Ed na sua nave é composta por três humanos e três extraterrestres. Entre a equipa estão Gordon Malloy (Scott Grimes), humano e melhor amigo de Ed; Alara Kitan (Halston Sage) extraterrestre que possui uma força extrema pelo seu planeta ter mais gravidade que a Terra; Bortus (Peter Macon), um extraterrestre de uma raça somente de género masculino, e Isaac (Mark Jackson), um robô de inteligência artificial. Senti que este grupo tinha imenso potencial para cenas cómicas desde que os vi pela primeira vez juntos, mas afinal não tiveram mais que algumas falas, que não tiveram muita piada. Apesar disso, Alara, Bortus e Isaac ainda foram das personagens que tiveram falas mais engraçadas, devido ao confronto entre as suas diferentes personalidades e características.
O último membro a juntar-se à equipa acaba por ser Kelly Grayson, a ex-mulher que conhecemos no início, que pede para se juntar na expectativa que Ed a perdoe ou que voltem a falar, pelo menos. Isto dá origem a uma discussão entre os dois e a constantes piadas feitas ao longo do episódio acerca do facto de Kelly ter traído.
O episódio depois avança para a ação quando a equipa recebe um pedido de ajuda da Terra e se veem obrigados a lutar contra uma nave inimiga. Esta ação não foi suficiente para me prender ao ecrã e o humor usado para contrabalançar também não me convenceu. Se algo me convenceu foi a cinematografia e a música que, apesar de não serem nada de outro mundo, estavam bastante bem e davam o ambiente de ficção científica que a série transmite.
Fiquei com a sensação de que The Orville tenta ser um pouco de cada género, mas acaba por não ser forte em nenhum. As semelhanças com Star Trek também não ajudam, parecendo mais uma espécie de paródia ou um remake fraco. Há, no entanto, potencial para mais e espero que a série evolua no sentido de o alcançar.
Ana Oliveira