[Contém spoilers]
A dois episódios do final da temporada, personagens que estiveram desaparecidos nos últimos episódios voltaram a aparecer, mas a trama continua a não evoluir muito. Apesar disso, Leave It Inside conseguiu trazer algo de bastante relevante no que diz respeito a um dos seus casos médicos. É precisamente sobre isso que vou começar por debruçar-me, até porque há coisas que é impossível deixarem-nos indiferentes.
Não sou uma pessoa religiosa, não acredito em Deus, mas tento respeitar as crenças dos outros. Às vezes é difícil quando nós ateus somos encarados com estranheza precisamente por não acreditarmos em nada. Há muita coisa que não entendo a propósito da religião, mas também não preciso e vivo bem com isso. Não consigo é aceitar como é que há pais capazes de não tratarem uma criança doente por crenças religiosas. Acreditam que, de certa forma, é o plano de Deus e não devem interferir. No entanto, se a medicina evoluiu, porque não aproveitar os benefícios da ciência moderna? Não acho que Deus algum se opusesse a isso. Não creio que Deus quisesse que uma criança morresse se fosse possível salvá-la. Mas certos pais colocam a religião à frente dos filhos, como os pais católicos que rejeitam os filhos homossexuais. Não acho que pessoas dessas devessem ter filhos.
O respeito pelas crenças religiosas, em termos legais, é algo muito sério, mas partilho da paixão de Karev e de Stephanie de irem contra as regras. Eliza que, até aqui, tinha em mim uma fã, perdeu uns quantos pontos na minha consideração. É claro que como superior hierárquica deles, se preocupa com o cumprimento das regras, mas podia ter feito como todos os outros e alinhado. Ou não, mas ao menos devia ter mostrado alguma empatia. Além disso, a mãe do menino parecia disposta a ir contra a religião, enquanto o pai se mantinha firme nas suas crenças. E o menino queria ser tratado. Isso devia importar para alguma coisa. No entanto, serviu para afastar Stephanie que, como se sabe, é sensível a casos de crianças doentes. Com Jerrika Hinton de saída da série parece ter sido encontrada a resposta para explicar a ausência num futuro próximo.
O outro caso médico envolvia uma paciente jovem com um tumor inoperável. No entanto, inoperável é palavra que não existe no Grey Sloan Memorial e a brilhante Maggie Pierce entra em cena. Só que às vezes o caso está tão perdido que nem uma médica sobredotada pode fazer nada. Ainda bem que a paciente estava em paz com isso, bastando-lhe viver, durante o tempo que lhe resta, da forma que a deixa feliz, o que inclui ter casos de uma noite com homens giros. Confesso que esta paciente foi refrescante, muito divertida. E sei que a conheço de algum lado, mas não consigo lembrar-me de onde. Passei o episódio obcecada com isso!
Meredith continua a esforçar-se para que a sua relação com Nathan não interfira com o bem estar de Maggie. Acho que estão as duas a conseguir lidar bem com a questão. Além disso, Nathan parece ser realmente importante para Meredith, até porque esta parece realmente decidida a seguir em frente. Guardou numa gaveta os votos de casamento com Derek que escreveu no post-it, deu a Amelia aquele desenho que Derek fez de um tumor e que tinham sobre a cama… Tenho alguma curiosidade em ver como o novo casal irá funcionar! Já conhecido é também o meu interesse pela relação entre Arizona e Eliza que, aliás, está a correr bastante bem. Aquela cena no elevador foi gira. Tanta coisa já aconteceu dentro daquelas portas, traz boas recordações! Outras nem tanto, mas os elevadores são uma importante importante da história daquele hospital.
No entanto, em dois episódios, o que nos trará a série? Há algumas questões que precisam de ser exploradas:
Para ser sincera, estou à espera de drama, daquele tipo de drama que nos deixa sem fôlego durante todo o episódio. Porque Grey’s Anatomy vive disso, ‘morrendo’ muito quando nada de especial está a acontecer. Nunca me considerei o tipo de fã que está sempre à espera que o próximo personagem morra para ‘animar’ as coisas, mas a verdade é que a série nunca é tão boa como quando as emoções estão ao rubro. Sinto falta da sensação de medo ao ver os episódios, de sentir o coração bater a mil à hora, sinto falta de me emocionar. Principalmente, sinto falta dos tempos em que ver o novo episódio era uma parte importante da minha semana.
Diana Sampaio
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