Esta semana This is Us foi premiado no People’s Choice Awards na categoria de Favorite New TV Drama. Melhor que isso foi a garantia de que continuaremos a contar com a companhia da Família Pearson durante mais duas temporadas. E se há série que merece o sucesso que está a ter é sem dúvida This is Us e o episódio desta semana é mais uma prova inequívoca disso mesmo.
The Great Day é um episódio que mostra que o romantismo está vivo e para durar e leva-nos até à casa de partida, de volta ao dia que já nos tinha oferecido um dos melhores episódios da série, a sua estreia. Isso mesmo, estamos de regresso ao dia que revolucionou por completo a vida desta família. Mas o mais interessante deste episódio é que nos mostra o dia de outras personagens que foram também heróis nesse dia e com ações de grande relevo que permitiram que Jack, Rebecca, Kevin, Kate e Randall se tornassem uma família “completa”.
E começamos com aquele que é para mim uma das personagens mais admiráveis da série. Gostei dele desde o primeiro episódio e depois deste é impossível não o admirarmos ainda mais, o Dr. K. O Dr. K atravessa um período dificílimo de luto, após a perda da mulher há 14 meses. Negava-se a seguir em frente depois de ter perdido a sua companheira durante 53 anos de vida a dois. O amor que ele sente pela mulher é de uma genuinidade tocante e está bem patente nas conversas de pequeno-almoço que continua a ter com ela ou quando a visita na sua derradeira paragem. Quis o destino que este dia lhe trouxesse uma missão de grande importância, levar a cabo o parto de trigémeos. Com o seu discurso reconfortante, transmitiu a confiança necessária ao casal para esta prova de fogo. Já conhecemos o desfecho e a conversa que ele teve com Jack e que o motivou a completar o trio com Randall. O que não percebíamos, e agora temos a tela inteira, é que a atitude positiva com que Jack encarou a adversidade teve também um enorme impacto na vida do Dr. K., que se tornou uma pessoa “renascida”, disposta a dar uma nova oportunidade à sua vida e seguir em frente.
Outro herói do dia é Joe, um bombeiro cujo remorso por omitir à esposa que tornara a comprar tabaco, depois de lhe ter garantido que deixara de fumar, aliado sem dúvida à sua generosidade intrínseca e a circunstâncias felizes, o tornaram uma peça fundamental do puzzle que foi este grande dia. Foi Joe quem deu de caras com o pequeno Randall, à porta do quartel dos bombeiros. Joe esperava por um milagre, o milagre aconteceu e Joe acreditava que levando o bebé para casa poderia renovar a sua relação e a crescente distância do casal. A sua mulher não viu o cenário da mesma forma e Joe entregou o bebé no hospital, unindo Randall à família Pearson. E mais uma vez o karma positivo entrou em ação e o gesto de Joe lembrou a sua mulher do porquê de se ter apaixonado por ele, pela sua bondade e, assim sendo, decidiram começar de novo.
E, por fim, o campeão dos heróis e um exemplo para todos os namorados e maridos, Jack. No seu próprio aniversário, enfrentando o descontrolo emocional (totalmente compreensível dado o avançado estado da gravidez) de Rebecca, as suas dúvidas, não fez mais que não preocupar-se exclusivamente com ela, neste que seria o seu dia. Rebecca acabou até por se esquecer que Jack fazia anos e descarregava todos os seus receios em Jack, que não fazia mais senão tentar agradar-lhe. E que excelente prova de amor que Jack dá quando abdica da sessão de golfe com Miguel porque só desejava estar com Rebecca e animá-la. E mérito seja dado também a Rebecca, que assim que se apercebeu do esquecimento fez tudo ao seu alcance para tornar este dia especial… e não é que tornou mesmo?
André Borrego