Muitos foram os rostos que passaram por Grey’s Anatomy, uns mais importantes, outros menos. Alguns deixaram saudades, outros nem por isso, mas todos trouxeram algo à série. Assim sendo, antes de a nova temporada estrear, decidimos fazer uma compilação com as personagens que achamos que deviam voltar à série. No entanto, esta crónica funciona também como uma passagem de testemunho. Desde que inaugurámos o site, até hoje, foram 88 reviews de Grey’s Anatomy escritas pela mesma pessoa, mas a partir desta 14.ª temporada será outra reviewer a assumir o comando. Assim sendo, decidimos juntar-nos – anterior e nova reviewer – para escrever sobre a ‘nossa’ série antes de ela mudar de mãos. Conheçam então as personagem que gostaríamos de ver novamente em Grey’s:
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Addison Montgomery
Considerada uma das melhores no seu campo de trabalho, Addison Montgomery esteve connosco durante as três primeiras temporadas de Grey’s, antes de se mudar para Los Angeles, onde se viria a tornar protagonista de Private Practice, o primeiro spin-off desta série. Apesar de adorada por muitos, Addison nem sempre foi das personagens mais ‘simpáticas’, tendo mesmo chegado a ser apelidada de Satanás por Derek. Ainda assim, o tempo que passou no Seattle Grace Hospital foi o suficiente para desenvolver amizades com personagens como Callie ou Miranda e até mesmo para explorar relações que já tinha com outras personagens. O que diferencia Addison dos restantes nomes desta lista é o facto de ter, por vezes, regressado a Seattle no decorrer da série. Desde a sua saída no final da 3.ª temporada, Addison apareceu em seis outros episódios de Grey’s, sendo que a sua última aparição aconteceu na 8.ª temporada. Foram já várias as oportunidades que os produtores tiveram para reintroduzir Addison na série, como é o exemplo da morte de Derek ou o casamento de Amelia, onde a sua presença não se verificou. Ainda que a sua presença não seja necessária para o funcionamento do hospital, uma vez que Arizona dá conta do trabalho, a sua ligação com outras personagens de Grey’s poderia ser o suficiente para pelo menos uma apariçãozita. Assim sendo, parece que está na altura de regressar aos nossos ecrãs, não acham?
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Callie Torres
Desde a 2.ª temporada que Callie se tornou uma personagem central no decorrer de Grey’s, pelo que não é de estranhar que a sua ausência tenha deixado saudades nos corações de muitos. A cirurgiã ortopédica foi uma das primeiras personagens abertamente bissexuais na televisão, o que lhe valeu um grande apoio por parte da comunidade LGBT+, cujos indivíduos se identificaram com a sua jornada de autodescoberta. À semelhança de outras personagens em Grey’s, Callie sempre se apresentou como alguém que tem confiança em si mesma e nas suas capacidades. Aquilo que, de certa forma, a distinguiu de muitas outras foi a sua capacidade de se dar bem com quase toda a gente, sendo alguém com quem facilmente se trabalha. A sua saída no final da 12.ª temporada deixou um travo agridoce devido às circunstâncias que a rodearam, dando destaque à luta pela custódia da sua filha, Sofia, contra Arizona. Foi toda uma situação complicada e bastante emotiva que envolveu todos os seus amigos, colocando alguma tensão sobre algumas das nossas personagens e que terminou com Arizona a ganhar a custódia total de Sofia. Felizmente, apesar do sucedido, Arizona permitiu que Callie levasse Sofia para Nova Iorque, o que acalmou um pouco os ânimos de todos (e nos deixou um pouco mais descansados). Uma vez que esta se trata de uma personagem com laços de amizade com grande parte das personagens que ainda se encontram na série, na minha opinião faria todo o sentido que Callie regressasse, mesmo que por um episódio, nem que para “pôr a conversa em dia”.
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Cristina Yang
Quando uma personagem é tão relevante e tão querida dos fãs, querer o seu regresso é a coisa mais natural do mundo. Cristina saiu de forma perfeita, para perseguir o seu sonho, que sempre passou pela carreira, e deixando para trás Owen, o homem que amou, mas que nunca amou tanto como a carreira ou a ela própria. Talvez muitos considerem Cristina egoísta, mas não acho que seja esse o caso. Cristina é fiel a ela mesma e recusa-se a seguir uma vida que a faria infeliz e que, consequentemente, tornaria infelizes também aqueles à sua volta. Além de que Cristina nunca escondeu aquilo que é ou o que queria da vida… A sua saída da série deixou-me triste porque perdi uma das minhas personagens preferidas e porque a ida para a Suíça obrigaria a um afastamento de Meredith, mas Cristina é daquelas personagens que, a determinada altura, terá que voltar, nem que seja por cinco minutos. A altura em que Derek morreu teria sido a apropriada para tal, uma vez que Meredith precisava da melhor amiga naquela altura, mas os nossos desejos de fãs não podem ser sempre cumpridos, porque os atores têm uma vida para além dos seus antigos projetos. Fico a torcer por um regresso de Yang, nem que seja na última temporada da série que, por este andar, só será daqui a vários anos. Quero saber o que se passa na vida de Cristina neste momento e ver se a amizade dela com Meredith se mantém na mesma, apesar da distância.
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Ellis Grey
Sim, é certo que Ellis morreu já há muito tempo, mas apesar de não ser uma personagem muito presente, é uma parte extremamente importante da série. Primeiro, pelo motivo óbvio de ser a mãe de Meredith e por, para o bem ou para o mal, ter influenciado a vida da filha, não só a nível profissional, mas também emocional. Muito do que Meredith é deve-se a Ellis e apesar de ser uma personagem de quem aprendi a não gostar ao longo dos anos por ter sido uma má mãe, a verdade é que os flashbacks em que nos foi dado a conhecer o seu passado acabaram por humanizá-la. Em certa medida, Ellis é como Cristina, só que cometeu o erro que Cristina sempre recusou cometer: ter filhos. No entanto, seria muito interessante voltar a ver Ellis porque ela faz parte da história da medicina, faz parte da história daquele hospital e, numa altura em que a cirurgia ainda era vista como um trabalho masculino, conseguiu ser a melhor, destacar-se e ser uma inspiração para as gerações seguintes de mulheres na medicina.
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Erica Hahn
Bem, teria sido mais divertido que Hahn tivesse regressado quando Callie ainda trabalhava no hospital para ver o quanto seria awkward elas voltarem a trabalhar juntas depois de terem tido uma relação, mas mesmo sem Callie seria interessante ver Hahn novamente. Quando Cristina deixou Seattle (e antes de Maggie entrar em cena) ainda conservei algumas esperanças de que Erica pudesse voltar, mas não. Os fãs da série também nunca gostaram muito dela, por isso… Mas eu até gostava. Ela dava sempre uma valente tanga ao Mark (que saudades dele também!) e era a única pessoa que conseguia deixar Cristina sem saber o que dizer. Além disso, teria sido uma escolha mais lógica para chefe do departamento de Cardiotorácica, uma vez que é uma cirurgiã experiente.
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Nicole Herman
Apesar da sua curta estadia na série (apenas doze episódios, durante a 11.ª temporada), pode-se dizer que Nicole Herman teve alguma importância para a continuidade da série – pelo menos a suficiente para merecer um lugar nesta lista. Para quem não se lembra, a implacável cirurgiã fetal passou a maioria do seu tempo em Grey’s a ensinar tudo o que sabia a Arizona, com quem manteve uma relação extremamente profissional. Posto isto, pode-se dizer que Herman nunca foi uma personagem muito calorosa e que nunca deu a Arizona grandes oportunidades de errar. No entanto, no decorrer da série, percebemos que a razão pela qual Herman é tão severa para com a outra médica é o facto de ter um tumor cerebral e querer ensinar o máximo que conseguir antes que seja demasiado tarde. Contra todas as probabilidades, Herman sobrevive ao tumor após este ser removido por Amelia, apesar de acabar por perder por completo a sua visão. Da última vez que ouvimos falar de Herman, esta encontrava-se num instituto especializado, onde aprendia a viver o dia a dia sem visão. É verdade que o seu regresso não teria o mesmo impacto que o das outras personagens aqui mencionadas, mas acho que não se perderia nada em trazer a personagem de volta, nem que seja só para ver como está após todo este tempo. Além disso, é inegável a marca que Herman deixou em Arizona, tanto a nível pessoal como profissional.