A nova aposta da FOX, Son of Zorn, é composta por algo diferente do que estamos acostumados nas séries de comédia: uma mistura de série de animação com a vida real. A série é produzida por Chris Miller e Phil Lord (The Last Man on Earth, The Lego Movie) que prometeram algo único e engraçado. Posso dizer que o conseguiram fazer, já que eu estava com grandes expectativas em relação a esta série e felizmente não me desiludiram.
O episódio começa na ilha de Zephyria, onde se vê vários guerreiros a lutar contra uns inimigos. Tanto a ilha como os guerreiros são de carácter animados e lutam para trazer a paz à sua terra natal. No entanto, Zorn (um guerreiro bárbaro que faz lembrar o desenho animado He-man), não tem tempo para combates, pois o seu filho fez 17 anos e tem um avião para apanhar com destino a Orange County, na Califórnia.
Zorn chega então ao seu destino e vai ter com a sua ex-mulher Edie, que se encontra noiva de Craig. O nosso bárbaro não gosta da ideia de a sua ex-mulher estar com outro homem, mas tenta focar-se no seu filho, no que infelizmente o seu reencontro também não corre assim tão bem. Pelo que parece, o seu filho Alangulon (grande nome, sem dúvida!) não se encontra muito satisfeito com as ausências do seu pai, tanto que já tinha feito anos há três semanas e só agora é que ele lhe apareceu. Edie tenta explicar a Zorn que ele devia ficar mais tempo em Orange County, encontrar um trabalho e um apartamento. Ele assim o faz e aos poucos e poucos tenta reconquistar a amizade e confiança de Alangulon.
O mais engraçado da série é o ambiente em que é colocado Zorn. Ele é um homem bárbaro, forte, que veste só umas cuecas feitas de pele de algum animal, um cinto, umas botas e, claro, a sua fiel espada. Apesar de perceber de tecnologias (tem o seu próprio smartphone animado), é demasiado rústico no meio da civilização, causando alguns estragos e não compreendendo certos comportamentos. São estas partes que nos fazem soltar umas boas gargalhadas, como por exemplo não compreender que uma mulher pode ser sua superior (no seu novo emprego), confundindo-a com um homem (mesmo quando claramente é uma mulher), ou quando descobre que o seu filho é vegetariano (pois Zorn só come carne e de preferência crua!), ou ainda quando ele oferece uma água gigante ao seu filho (algo normal, como quando um pai oferece um carro ao filho).
O piloto pode não chamar logo à atenção a muita gente, mas acredito que tem grande potencial para ser uma grande série com o decorrer dos próximos episódios. A história tem bom potencial e os atores souberam bem interpretar os momentos onde entram as animações, pois acredito que não seja propriamente fácil falar “para o boneco” durante a interpretação de certas cenas. Para não falar no trabalho que os animadores tiveram para colocar os desenhos no nosso mundo e a movimentarem-se conforme a cena foi filmada. Sem dúvida que isso deve ter dado imenso trabalho, mas deu um ótimo resultado. Já a banda sonora foi apelativa e bem implementada ao longo do episódio. Para concluir, digo que ainda deverei assistir a mais um ou outro episódio para ver se a qualidade se mantém ou melhora, pois tenho bastante curiosidade em saber como é que Zorn se vai adaptar no nosso mundo e como decorrerá a sua relação com a família.
Cristiana Silva