Há uma mancha na cidade de Rome e está a piorar.
Outcast esta semana está quente como fogo do Inferno! Em dia de recordar o passado para o povo de Rome, Allison e Megan são assombrados por ele, Anderson teme pelo futuro e tem que ser Kyle a lembrar-lhe que estão em guerra e perder uma batalha não é o fim.
Se em termos de cenas assustadoras e perturbadoras a série peca por, apesar de conseguir fazer boas cenas, serem muito raras – lembram-se de Joshua a comer os dedos, Blake a desmembrar a mulher do melhor amigo (nem sei bem o que ele fez à pobre mulher) ou Sarah a comer terra como se fosse bolo? Já em questões de argumento e desenvolvimento da história a cada episódio, a qualidade melhora.
Depois da tattoo a sangue frio na semana passada é normal que o bom reverendo não esteja no seu perfeito juízo. No entanto, nada que o impeça de jogar pórquer, pois, como ele diz mais tarde a Sidney, isso é sagrado! O confronto na barbearia entre o aclamado “Diabo” (Sidney) e o cavaleiro da luz (Anderson) foi um contraste perfeito de como uma luta intensa se pode dar à frente de todos e sem ninguém se aperceber. A isso chamamos batalha inteligente. O sermão final de Anderson e o escândalo a abrir a camisa e a apontar o dedo chama-se epic fail. Apesar de, tendo em conta todos os acontecimentos, ser normal que Anderson esteja abalado, ele continua a balançar entre um estado de fé com outro de paranóia e desespero. Pode ser que com a renovada determinação de Kyle a dupla volte ao caminho certo para desvendar o mistério dos demónios e travar os seus planos negros. De realçar ainda a atualização no relacionamento entre Anderson e Patricia, que parece que agora são oficialmente um casal (quem não gostou nada disto e na certa irá dar problemas é o filho de Patricia!).
Megan e Mark atingiram o fundo do poço. É o que acontece quando não há comunicação entre um casal, mas não são os únicos, porque Kyle é farinha do mesmo saco. Ora, Megan decide dar todas as poupanças da família a Donnie para ele se manter calado. Porém, como é óbvio que confiar na criatura, que é um ex-violador, não é boa ideia. Ele fica com o dinheiro e segue com o processo contra Mark, que se vê assim suspenso da polícia. Fica a questão: Megan e Mark vão conseguir unir-se para resolver este gigante problema e o que acontecerá a Donnie? Tantas más decisões de Megan fizeram-na baixar muitos pontos na minha consideração, uma personagem que considerava das melhores da série (mas ainda vai a tempo de se redimir!).
Quem está sempre a somar pontos é o chefe Giles. O verdadeiro MVP está em todas as frentes. Frente a frente com Paul, ombro a ombro com Anderson e até com uma palmadinha nas costas e um pedido de ajuda a Kyle. Foi engraçado ver estes dois a trabalharem juntos e mostra que Giles é um ótimo polícia com uma mente aberta e instintos apurados. Sabe quando desviar os olhos (nos casos de Anderson, assim como não acreditar nos rumores de Kyle) e quando algo está fora do sítio. Um grande momento foi o aperto de mãos mais tenso da história, que me deixou com os olhos pregados ao ecrã a ver se Paul se queimava ao tocar em Kyle e… afinal quem é o demónio é a mulher? What?! Onde se enquadra a caravana, a outra rapariga, unhas e cabelos arrancados e Mildred nisto tudo? Admito que fiquei perdido, mas bastante curioso e cada vez mais a dupla se transforma num trio, com Giles a ser puxado para esta guerra divina.
Claro que haverá o dia em que esta reação será só eletricidade estática ou assim, mas a meu ver toda a gente que se queixa quando Kyle lhes toca é um demónio. Assim como o colega de trabalho dele no flashback. Que aconteceu nas minas? Foi obra dos demónios? Será que está lá alguma coisa que lhes interessa e provocaram eles o acidente?
Allison e Amber continuam numa relação complicada. Mãe deprimida e filha traquina/revoltada? Ou filha possuída? O que se passa? O que se passa é que Amber se lembra de tudo!! Nomeadamente do fumo preto a sair de dentro da mãe. É normal que lembrando-se que foi a mãe que a atacou e que o pai a salvou não perceba como toda a gente culpa Kyle e não o deixe estar com ela. Gostei do desenho sem cara de Allison e depois do desenho no fundo do armário. As crianças mostram os seus sentimentos nestes pequenos/grandes pormenores.
E se depois de um Remembrance Day tão atribulado Kyle pensava que ia chegar a casa e deitar-se na cama a dormir, bem, estava enganado! Mas ao contrário do que parece sempre acontecer-lhe, com azares atrás de azares, desta vez tudo parece um sonho. A filha de volta a casa dele e a mulher nos seus braços (a bela atriz Kate Lyn Sheil), o mundo parece fazer sentido outra vez. Pelo menos até de manhã, quando Allison desapareceu e deixou Amber com Kyle. Será que apesar de não saber bem o que aconteceu, Allison se apercebeu que a culpa não foi de Kyle, mas “dela”? E tudo isto poderia ter sido evitado se Kyle lhe tivesse contado a verdade ou partes dela… Podia pelo menos ter tentado! Agora que penso nisso, que será que Kyle contou a Allison sobre o que aconteceu com a mãe? Kyle desejava a família de volta, mas o desejo não saiu bem com ele queria.
“What Lurks Within” é a próxima paragem para as nossas personagens. Com o trailer revelado na San Diego Comic-Con 2016 para o final da temporada, ainda temos muita coisa boa por que esperar, especialmente a batalha entre Kyle e Sidney. Até lá, cuidado com os sítios escuros!
Emanuel Candeias