Arrow – 04×22 – Lost in the Flood
| 22 Mai, 2016

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“E disse o Senhor: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito.”, Génesis 6:7

Mas que início de episódio espetacular! Passando diretamente das cenas do episódio anterior para este foi uma transição perfeita. Darhk está imparável: imune a setas e balas, capaz de retirar as moléculas de oxigénio de dentro de um corpo… O que é que ele não é capaz de fazer agora? Claro que como qualquer vilão arrogante, decide não acabar com Green Arrow e Spartan naquela hora. No próximo episódio irá arrepender-se dessa decisão.

Resumidamente e em menos de um minuto, vejamos o que se passou neste episódio… Darhk é atacado por três frentes diferentes: Spartan e Green Arrow infiltram-se na Cúpula para resgatar Speedy; Overwatch, Calculator e Curtis (ainda não podemos usar o seu super-nome por agora) tentam parar Rubicon e o armageddon na Terra; Anarky continua a tentar matar toda a gente na Cúpula (Tevat Noah) e vingar-se de Darhk. Na ilha, Taiana é consumida pelo poder do talismã e teremos para o final da temporada o combate de demónio de olhos amarelos vs. demónio de olhos amarelos (chamem o Sam e o Dean de Supernatural!)

Escrutinemos agora com mais atenção os diferentes acontecimentos. Thea consegue mandar uma mensagem, a sério? Eu às vezes passo por um túnel e fico logo sem rede e ela, não sei quantos metros abaixo da terra e num abrigo top militar que devia ser isolado, consegue ter rede? É que quando Oliver e Diggle entram em Tevat Noah perdem logo a comunicação com Felicity; uma falha um pouco escandalosa.

Continuando com Thea, a sua inatividade, tal como no episódio anterior, chateia um bocado. Nesta temporada vimos algum crescimento desta personagem e a pouca resistência que ela tem oferecido nesta situação não bate certo com o resto. Relativamente ao controlo mental com os comprimidos amarelos, não me lembro se já foi dito, mas presumo que a magia de Darhk esteja por detrás do seu funcionamento. E se assim for, explicaria o porquê de Thea se livrar tão facilmente desse controlo (o mergulho no Poço de Lázaro, como já antes tínhamos visto, confere uma imunidade contra a magia do talismã). No entanto, não ficou muito claro este ponto.

Umas palavrinhas em relação a Malcolm. Para quem até há pouco tempo liderava a Liga dos Assassinos, que não só era uma organização também com a intenção de dominar e mudar o mundo, mas era rival da H.I.V.E., Malcolm parece-me muito submisso a Darhk. Não estou a imaginar Ra’s Al Ghul a baixar as orelhas e a rebolar às ordens de Darhk. Por outro lado, ver outros vilões menores sob as ordens de Darhk é cativante e faz todo o sentido, já que como Darkh diz, depois de ele os ter libertado da prisão, têm uma divida para com ele.

Esta semana calhou-nos Cooper, hacker e ex-namorado de Felicity. Na luta pelo controlo de Rubicon e do armamento nuclear mundial, Cooper viu-se envolvido numa furiosa batalha informática contra Felicity, Noah e Curtis (oh yeah, Curtis sempre apareceu para dar uma mãozinha e para animar a malta). Cooper a voar com a sobrecarga de energia fez-me lembrar Alan Cumming em GoldenEye (1995).

Donna e o drama familiar de Felicity. Pode não ter sido mal realizado, mas: primeiro, não suporto Donna; depois, acho que tomou demasiado tempo de um penúltimo episódio de uma temporada.  Com o mundo em jogo, a senhora podia ter esperado para ter a sua crise e, para quem está sempre como um disco riscado: “não suporto que me mintam”, ela é bem boa para omitir a verdade.

Anarky é aquele vilão por quem, às vezes, nos vemos a torcer. Com o seu estilo semelhante a Joker e com uns truques de artes marciais e cenas de ação sempre vistosas, é um vilão apelativo e que continuará a ser recorrente por uns tempos. Grande cena entre ele contra a Team Arrow, não se aguentou mal contra três heróis.

Mais uma vez, as cenas de ação à luz do dia foram incríveis. Green Arrow e Spartan a correr pelos subúrbios, a saltar sebes, a baixarem-se de balas e a disparar sobre os ghosts pareceu uma verdadeira cena de um filme.

“It’s beggining to look a lot like Christmas”, o nosso bom e sádico Darhk. Com a morte de Ruvé, a sede de sangue dele deve estar no pico. Não imagino é Felicity a ceder a Darhk para lhe dar o controlo de Rubicon. Será que a Team Arrow irá usar a filha de Darhk como moeda de troca? Spartan continua muito virado para o lado negro e a ceder facilmente ao seu lado agressivo.

Depois do desastre nuclear no episódio passado em Haven Rock, esta semana um grande bocado de Star City é aniquilado (mais um bocado de poder para Darhk).

Um outro pormenor interessante foi vermos que a maior parte das pessoas que estão em Tevat Noah não estão sob o controlo dos comprimidos amarelos. Eles realmente acreditam que o mundo já não tem salvação e precisa de ser destruído para poder renascer. Como é que se tem motivação para salvar pessoas que desejam que o resto do mundo arda? Realmente faz-nos pensar nas ideias de algumas pessoas, embora não precisemos de ir muito longe, pois basta o Trump ganhar as eleições para termos um cenário apocalíptico em mãos.

Factos nerd e interessantes:

  • Como tem sido já costume no nome dado a todos os penúltimos episódios de Arrow, “Lost in the Flood” é o nome de uma música de Bruce Springsteen
  • Mais uma vez vemos um cameo do canal televisivo Channel 52, canal este baseado nos The New 52, o reboot do universo DC em 2011
  • “Tevat Noah” significa a Arca de Noé em hebraico
  • Kovar, o ditador que governa a vila de Taiana, é uma personagem que também existe nos comics. Também conhecido como Red Star, ele é um super-herói russo que chegou a pertencer aos Teen Titans. Tendo os produtores de Arrow prometido uma importante personagem russa na próxima temporada, Kovar parece ser o vilão que Oliver irá enfrentar nos flashbacks da 5.ª temporada.

E para o último episódio desta temporada, “Schism”, Oliver, de forma a derrotar Darhk, terá que se aliar a uma força desconhecida para parar de vez a magia das trevas. Até lá, salvem a vossa cidade.

Emanuel Candeias

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