Como prometido, nesta e nas semanas seguintes, teremos dose dupla de Person of Interest e, tal como a CBS, os nossos heróis apressam-se a regressar ao salvamento de inocentes. Em 2010, John Reese e Kara Stanton (para quem não se lembra, a ex-agente da CIA, interpretada por Annie Parisse) são recrutados para uma missão que envolve um homem que havia lucrado com o tráfico de armas que são posse do governo norte-americano. O patrão dos dois agentes é Beale, encarnado pelo colossal Keith David, que parece ter muito a esconder. No presente, Reese é enviado para descobrir porque é que Alex Duncan está em risco de vida, não sabendo ainda se poderá ser criminoso ou não. Enquanto isto, Root é destacada para se infiltrar numa transportadora de materiais eletrónicos que, como não podia deixar de ser, parece estar ligada à agenda de Samaritan.
Foi calmo este novo episódio. Calmo, mas com uma particularidade extremamente importante para uma série veterana. É incrível como, passadas cinco temporadas, o desenvolvimento de personagens continua a ser trabalhado com eficácia. Ao viajarmos para o passado de Reese, entendemos o porquê de ter deixado a vida de agente da CIA e com todas as repercussões futuras que isso tem agora no seu presente (veja-se a forma como está interligado o caso que está a resolver). Mesmo que a nível de desenvolvimentos narrativos “Truth Be Told” não seja elucidativo, não deixa de primar por continuar a acarinhar os seus protagonistas, limando uma aresta aqui ou acolá de alguma faceta dos mesmos que nos é desconhecida.
Harold e Root trabalham para decifrar novas pistas da Machine e vemos também um pouco de como anda a vida pessoal de Reese. Embora nenhum destes aspetos se mostre particularmente interessante a longo prazo, não deixamos de soltar um sorriso quando vemos Root troçar das situações. Sim, Amy Acker é tão talentosa que até a sua forma peculiar de ser humorista surte efeito.
Para terminar, esperemos que os episódios futuros se foquem mais naquilo que realmente queremos: nunca é demais ter mais Samaritan, e que dêem um vislumbre de Shaw, que as saudades não aguentam. Para quem gosta de episódios filler, vai deliciar-se com este “Truth Be Told” e, para uma série que trabalha tão bem episódios filler, este em específico trabalha de forma simbiótica as suas personagens.
Jorge Lestre