Game of Thrones – 06×04 – Book of the Stranger
| 17 Mai, 2016

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As pessoas que criticam Game of Thrones pelo sexismo deviam mesmo ver este episódio. Sempre houve mulheres poderosas nesta série, mas nunca fizeram uma demonstração tão geral disso como neste episódio. Desde Olenna e Cersei a meterem-se à frente contra a Fé Militante, a Yara ser uma candidata ao trono das Ilhas de Ferro com o apoio de Theon, Sansa a dar na cabeça de Jon para recuperarem Winterfell, a Margaery ser mais inteligente do que Loras no jogo da Fé e ganhar controlo, a Daenerys matar meia dúzia de khals de uma só vez, só um festim para a vista!

Normalmente nesta altura da temporada, Game of Thrones começa a ficar mornito e a dar-nos uma espécie de filler. Como estava enganada. Se o episódio já estava em chamas, explodiu quando Dany mostrou que os seus títulos não são só para enfeitar e BUUM! Muito bom!

King’s Landing

Margaery, Margaery. Sempre foste tão boa no papel de sonsa. Fingir que é burra sempre foi o seu maior trunfo. Os outros só vêem uma carinha laroca e rainha consorte que gosta de passear pelas ruas de King’s Landing, mas ela é mestre na manipulação. Realmente a inteligência só abençoou a parte feminina na Casa Tyrell.

Margaery: “Sê forte”.
Loras: “Não consigo”

Margaery não está a converter-se. Não está a aceitar os pecados porque ela realmente não fez nada de mal. Está a jogar um jogo que Cersei foi demasiado burra/orgulhosa/arrogante para fazer. Está a prestar atenção ao que ouve, a dar mostras que se importa com tudo aquilo. E assim foi-lhe dada a oportunidade de ver o irmão (apenas para ela tentar convencê-lo a fazer o mesmo, claro).

O que realmente me preocupa nisto tudo são as conversas entre Tommen e o Alto Pardal. O que é que ele disse ao jovem rei assim de tão grave que nos foi impedido de presenciar (tanto no momento em que ele o disse a Tommen como quando o rei o disse a Cersei)? Infelizmente, a minha aposta vai para o assassinato de Joffrey, impecavelmente orquestrado pelos Tyrell e por Mindinho.

Loras tem sido torturado. Viram o estado lastimável dele? Cá para mim ele andou a falar mais do que devia. Nunca foi bem claro quem eram as pessoas a par do plano. Vimos Olenna contar a Margaery, mas nada sabemos se Loras fora informado. Olenna já disse que os homens da família eram uns fracos, por isso não sei até que ponto ela contou ao neto o que fizera ao rei. Espero que não o tenha feito.

Contudo, Cersei descobrir a traição dos Tyrell é motivo para discutir com Olenna os planos em atacar a Fé e assim fazer jogo duplo. São os guerreiros Tyrell que estarão envolvidos na luta. Os Lannister só ficam a assistir e deixam o trabalho sujo para os outros, tal como Tywin fez quando mandou Roose Bolton assassinar Robb Stark. Acabam com a seita e, no caso de algo correr mal, serão os Tyrell que ficarão mal vistos. Nossa senhora, isto vai correr tão mal. Incrível quando tudo se resume ou a acabar com uma religião ou a criar uma guerra no seio da capital. Ou ambas. Nem quero ver se a adorada rainha Margaery realmente fizer a Caminhada…

Vale de Arryn

E o prémio de adolescente mais imaturo e tonto de Westeros à frente de uma grande Casa vai para… Robyn Arryn! Lamento, Tommen. Talvez para o ano. É tão fácil manipular o jovem Robyn que Mindinho deve estar aborrecido. Aposto que se sugerisse ao enteado que montasse o seu mini falcão e se atirasse da Porta da Lua que ele o faria. A sério!

Pergunto-me o que fará Mindinho quando descobrir que Jon se libertou dos votos de patrulheiro e que Rickon está vivo e nos calabouços de Winterfell. Os seus planos como Guardião do Norte podem cair pela sanita abaixo. Pela milésima vez pergunto-me… o que quer Petyr Baelish? Tudo? E se é tudo… o que é tudo para ele?

Winterfell

A fome de matar de Ramsay realmente não tem limites. Em quatro episódios já matou quatro pessoas. Contudo, esta era deveras desnecessária. Se isto é realmente um esquema para recuperar Winterfell, os Umbers devem saber a reputação de Ramsay. No norte têm de saber o monstro que ele é. Osha foi uma ingénua e uma idiota em pensar que ele se deixaria iludir com tanta facilidade. Ou então Rickon está mesmo em maus lençóis e Osha tentou uma medida desesperada. OU os Umbers ainda não saberem bem como destruir Ramsay e vão apalpando terreno. A primeira tentativa correu mal.

Mal Osha apareceu e já se foi de vez. Ao menos teve uma morte rápida e não serviu de alimento aos cães (ou se calhar até serviu e nós não ouvimos a ordem). Acho desnecessário a constante matança em Game of Thrones, mas isto só serve para mostrar cada vez mais que Ramsay é, de facto, um Cão Raivoso. Os seus próprios servos nem se devem sentir seguros agora que não há ninguém que o controle. E aposto que nem todos os apoiantes da Casa Bolton ficaram felizes com a morte de Roose nem acreditam em veneno. Será que o começo do fim de Ramsay se iniciará dentro das muralhas de Winterfell? Quem sabe.

Pyke

Nas Ilhas de Ferro tivemos outro reencontro entre irmãos. Porém, foi quase o oposto em termos de emoção. Theon regressa a casa pouco depois da morte do pai e claro que isso é o suficiente para deixar Yara desconfiada. Afinal, quando ela tentou salvar o irmão das garras de Ramsay na quarta temporada, ele voltou-lhe as costas. Podia ser outra jogada.

Mas os laços de sangue voltam a falar mais alto e Yara percebe que o irmão não é o mesmo. Basta olhar para ele. Se Jon e Sansa terão um grande caminho a percorrer antes de voltar a ter uma vida minimamente normal, o que dizer de Theon! Tudo o que lhe resta é ficar do lado da família, da irmã que arriscou tudo por ele. Será que os manos serão bem sucedidos? E Euron ainda não deu sinais de vida desde que atirou Balon da ponte…

Meereen

E chegou o primeiro grande desafio de Tyrion enquanto Governador interino de Meereen. Agora que finalmente sabem os responsáveis pelo financiamento dos Filhos da Harpia, está na altura de negociar, aquilo que sempre falhou em Daenerys. Ela sempre foi muito preto no branco.

Nem Missandei nem Grey Worm ficaram agradados com os sete anos de transição, mas tendo sido eles próprios escravos, é-lhes difícil compreender esta decisão de Tyrion. Não, ele não sabe o que é ser um escravo. Pelo contrário, nasceu num berço de ouro. Contudo, a decisão abrupta de Dany de acabar com uma prática que existia nas Cidades Livres desde sempre não podia correr bem a longo prazo? Se é complicado fazê-lo em Meereen, o que dizer de cidades onde não é ela a rainha?

Tyrion usou todas as armas que tinha na reunião com os mestres de Yunkai e Astapor. Ofereceu-lhes dinheiro, tempo e ainda prostitutas (mas haverá coisa mais de Tyrion?). Agora é esperar e ver se eles não lhe passam a perna como Missandei e Grey Worm temem. Só me pergunto porque é que Tyrion não quis negociar os tais navios de que o outro falou. É que já não há nenhum em Meereen, parece-me.

A história na Cidade Livre ainda não atingiu todo o seu potencial, mas ao menos Tyrion fez mais do que beber e ter conversas constrangedoras com os outros conselheiros de Daenerys. Neste episódio, Tyrion agiu como a Mão da Rainha. E mesmo que Daenerys não concorde com a decisão de Tyrion ao início, tenho fé que acabe por entender a visão dele.

Muralha

Oh… Aconteceu mesmo. Oh!!!! Quando vi o trailer deste episódio com Sansa a chegar a Castelo Negro o meu primeiro pensamento foi que ia repetir-se a mesma história de sempre. Lembram-se quando Arya quase entrou no Ninho de Águia para se reunir com Sansa? Lembram-se quando Arya no final da quarta temporada queria apanhar um navio para a Muralha para ir ter com Jon, mas acabou por ser levada para Braavos? Lembram-se quando Bran e Rickon estavam escondido numa torre (acho que era, mas já não me lembro bem) para lá da Muralha e Jon passou por eles e Jojen os impediu de chamar o irmão? Lembram-se quando Jon fugiu da Patrulha pronto para se juntar a Robb na Guerra dos Cinco Reis e Sam o foi buscar? E, pior do que tudo, lembram-se de quando Arya chegou ao Casamento Vermelho pronta para ir ter com a mãe e Robb e em vez disso assistiu ao espetáculo de horrores que marcou a história de toda a série? Pois, eu também. Daí me ter impedido a mim própria de ficar com expectativas em alta. Em termos práticos, fazia sentido. Era a gozar com a cara dos fãs haver outro desencontro destes, especialmente numa altura em que Rickon corre perigo, que Jon está finalmente livre dos deveres de patrulheiro e Sansa se livrou de Ramsay. Não havia dúvidas… Estava na altura dos Stark se reunirem! Dizem que a casa caiu em desgraça, mas há cinco Starks bem vivinhos da silva e com fome de justiça!

Foi ou não foi o reencontro perfeito? Desde Sansa a procurar o irmão na multidão, ao olhar de choque de Jon por a ver, ÀQUELE ABRAÇO!! Jon e Sansa não se viam desde que ela partiu para a capital e ele para a Muralha no início da primeira temporada! Merecíamos ou não merecíamos isto? Acho que tornou mais especial ainda o facto de Sansa e Jon não se darem quando viviam em Winterfell. Esperávamos uma coisa destas de Jon com todos os irmãos menos Sansa, daí terem hesitado ao início. Ela partilhava o ódio de Jon com a mãe. Mas aqui? Sansa já passou por tanto em King’s Landing, no Ninha da Águia e em Winterfell! Não é a mesma rapariguinha inocente e que sonhava sair do Norte e reinar junto do seu rei em King’s Landing. Jon lutou e matou homens e crianças, deixou a mulher que amava e viu-a morrer, foi traído pelos irmãos da Patrulha. Os dois irmãos que saíram de casa há tanto tempo atrás já não existem. Jon foi morto e Sansa foi morrendo aos bocadinhos devido às ações de Joffrey, Cersei e especialmente Ramsay. Aqui, parece que voltam a respirar a sério, que encontraram um caminho de voltar realmente a viver.

Sansa: “Para onde irás?” 
Jon: “Para onde iremos? Se não tomar conta de ti, o fantasma do Pai volta e assassina-me.”

Bolas, D&D. Vocês são tão bons a fazer cenas horríveis como ternurentas como esta. Foi a primeira vez que chorei (sim, chorei mesmo) de alegria nesta série. Todas as cenas entre eles foram fantásticas. Desde o abraço, à conversa franca e apologética sobre o passado que tinha que ser falada, à parte em que Sansa apertou a mão de Jon para o convencer a juntar-se a ela.

Ramsay: “Vem e vê.”

A carta de Ramsay foi tão agradável de se ouvir na série, como de se ler nos livros (apesar de ter chegado antes da morte de Jon e em contextos diferentes). E exatamente aquilo que Jon precisava de ouvir para se juntar à irmã para lutar por Winterfell. Confesso que adorei Sansa a dizer-lhe que iria reconquistar a sua casa, quer ele estivesse envolvido, quer não. Acho que Jon nunca a deixaria partir para a guerra sozinha, mas assim ficou mais fácil deixar de ser cabeça dura. E viram que ela o reconheceu como um deles? Um Stark? Jon é Stark em tudo, menos no nome. Estava na altura de ele também reconhecer isso.

Brienne está com Sansa e Davos e Melisandre estão com Jon (ela, pelo menos). Tendo em conta o passado com os irmãos Baratheon, como é que eles se vão juntar e lutar lado a lado, exatamente? Stannis está morto. Os Baratheon já passaram à história. Há uma nova causa e uma nova Casa por quem lutar. O problema vai ser quando/se Davos descobrir o que é que Melisandre fez a Shireen. Não vai correr nada bem. Parte de mim quer que ele descubra e vingue a doce menina, que não só perdeu a vida de maneira horrível e tremendamente injusta, mas que também morreu em vão. A outra só quer que eles se foquem na missão de Winterfell e continuem amigos. Depois podem ir à vida deles.

Para terminar, não me perdoaria se não mencionasse o novo casal favorito da série, Tormund e Brienne. Não falaram um com o outro, mas também não foi preciso! Bastou ver a maneira como Tormund comia a guerreira com o olhar. E a expressão dela foi igualmente fantástica! Sempre acalentei a esperança que ela e Jaime se reunissem eventualmente (estar com Cersei é tóxico para ele), mas olhem que ela não ficava nada mal com o selvagem!

Vaes Dothrak

Raios me partam, mas não estava à espera desta. Sempre pensei que o tempo de Daenerys junto das viúvas em dosh khaleen se prolongasse uns poucos episódios, mas trocaram-me as voltas. Dany não só escapou, como matou os nojentos dos khals e ainda arranjou outro exército.

Um dos defeitos de Dany é recorrer demasiadas vezes à violência extrema. Já a vi compararem ao pai, o Rei Louco, mas não me parece que seja o caso. Pelo menos por agora. Dany tem um bom coração, mas o seu desejo em provar o seu valor e não saber bem como o fazer resultam em asneiras valentes. Contudo, neste caso, Daenerys não tinha muita escolha. Fugir com Daario e Jorah não era solução porque seriam apanhados de certeza absoluta. Além disso, escapar assim não era bem o estilo da Mãe dos Dragões. Demasiado simples. A última vez que ela se safou de uma situação impossível montou Drogon. Não, Dany tinha de arranjar outra maneira. E assim o fez.

Se não podes vencê-los, queima-os. Que outra maneira havia? Os khals estavam dispostos a violá-la até à morte, entregá-la aos cavalos, se fosse necessário. A jovem Targaryen fez o que tinha de ser feito. O fogo alastrou-se devido ao óleo e não demorou muito até não restar nada, salvo Daenerys. Ela emergiu das chamas Não Queimada e ganhou o respeito dos dothraki, que reagem a demonstrações de força. Matar os khals dentro do templo adequa-se.

A polémica do corpo desnudado de Daenerys foi logo dos pontos a ser discutidos devido ao facto de Emilia Clarke se recusar a aparecer nua. Desde a terceira temporada que não o fazia. E depois de terem usado uma dupla de Lena Headey na Caminhada de Expiação de Cersei, as perguntas era justificadas. No entanto, a atriz veio logo clarificar que era mesmo ela, porque aquela nudez não era “gratuita”, mas sim importante para a história. Pelo que leio, Emilia é extremamente fiel à sua personagem e adora-a. Mesmo que não se sinta confortável em despir-se, fê-lo por Dany. Há que respeitar e muito a atriz.

Maria Sofia Santos

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