“Vais querer assistir a isto”

The Flash está de volta aos trilhos e com mais 5 episódios até ao final da temporada, não teremos mais pausas, sempre a correr até ao final.

O episódio desta semana foi completamente brutal até aos últimos minutos e à sua conclusão. Não fosse o desapontamento das decisões finais, facilmente daria uma classificação de 9 a “Versus Zoom”, mas vamos lá ver o que se passou.

Depois de muito treino, cálculos e tentativas, Flash consegue aumentar a sua velocidade com a ajuda do aparelho de taquiões (que após uma atualização no seu visual ficou perfeito) e é agora mais rápido do que Zoom. Só é preciso arranjar maneira de voltar a abrir uma passagem para a Terra-2.

Vimos também o momento em que Barry viaja entre o multiverso e se encontra com Supergirl (quem não viu o crossover, aconselho a ver, que está bem porreiro). Mas apesar de ser brevemente mostrado esse momento, não há referência à própria Kara, nem a esta nova habilidade de Barry. Se ele consegue viajar entre mundos, poderia tentar dominar essa técnica para viajar até à Terra-2 e enfrentar Zoom, não?

No entanto, a alternativa também foi boa, usar os poderes de Cisco e elevar Vibe mais perto do nível de Reverb (podiam sempre ter largado uma bomba nuclear na central elétrica. Ehehe). Ao princípio, quando Cisco fica com medo de usar os seus poderes, admito que pensei: “epa, ele está a ser meio mariquinhas”, mas a conversa dele com Barry, em que expõe as suas preocupações, e Barry o aconselha e diz que estará com ele ao longo de todo o caminho, foi perfeita. O poder corrompe, todos sabemos isso, e depois de ver o seu alter-ego da T-2 virar um super-vilão ao descobrir o potencial dos seus poderes é normal que Cisco tenha receio. A comparação com Anakin Skywalker e Darth Vader também fez o diálogo ganhar pontos positivos (e para os fãs de Star Wars contra os midiclorianos… gostem ou não, eles fazem parte desse universo).

Outra grande revelação e grande história foi a origem de Zoom e o passado de Hunter Zolomon. Parabéns, para começar, a Teddy Sears. Ele não era mau no seu papel de herói, mas como vilão é ainda mais espetacular. Quanto à história em si, apesar de bastante diferente da história nos comics de Zolomon, acho que está bastante boa e vem dar uma necessária profundidade ao vilão. Zolomon surge como um reflexo no espelho de Barry que, como é referido, não fosse o apoio da família, poderia facilmente ter ido por um caminho mais negro. A família, primeiro com Joe e Iris, e agora com toda a Team Flash, surge como o maior apoio e a base para Barry ser o herói que é. E ótimo eles não estarem sempre do lado dele, como no caso de ele querer voltar a abrir a porta para a T-2, que nem Joe nem Wells estavam muito de acordo. Podem nem sempre estar de acordo, mas apoiam-se e estão juntos até ao fim.

O facto de Hunter ser um psicopata mesmo antes de ganhar os super-poderes foi muito interessante, assim como ele ser famoso por isso na T-2 e já contar com um grande número de mortos na altura em que foi condenado à cadeira elétrica. Pontos positivos para o suposto Hunter Zolomon da T-1 não ser mais do que um resquício temporal que alinhou no plano de Zoom à custa de ser morto. E ainda a vertente de fazer de vilão e herói de forma a dar esperança às pessoas só para depois a esmagar, um verdadeiro sádico! No entanto, apesar de na altura em que vi o episódio ter achado toda a história muito boa, olhando para trás, parece que o twist foi demasiado simples e todo o plano de Zoom para roubar a velocidade a Barry não passou de uma grande complicação. Com alguns episódios até ao fim tenho esperança que tudo isso seja esclarecido melhor e que ainda sintamos aquele suspense e surpresa da 1.ª temporada com a situação de Wells/Thawne/Reverse Flash.

“You can’t lock up the darkness.”, alguém se arrepiou quando os olhos dele viraram negros? Wow, este Zoom é mesmo um vilão assustador e um verdadeiro maníaco. Será que esta frase tem um sentido escondido ou sou eu a imaginar coisas?

A grande estaca no coração do episódio foi o que Barry já devia ter aprendido, pois nunca dá resultado: nunca se fazer um acordo com o vilão. Pior que isso foi a maneira como o enredo foi escrito e desenrolado. Ok, Wally foi raptado e, sem outra hipótese, um acordo poderia ser inevitável (embora Jesse também tenha estado presa durante grande parte da temporada e Barry nunca tenha considerado entregar a sua Speed Force ao vilão), mas… porque é que Vibe não usou os poderes para tentar perceber onde estava Zoom e depois o Flash iria até lá enfrentá-lo? (primeiro erro) Depois de Wally estar em segurança e o Flash estar frente a frente com Zoom e estar agora mais poderoso do que ele, porque não o derrotou? (segundo erro) O que raio ganhou em lhe dar os seus poderes? (“strike 3, you’re out!”) Que jogada foi aquela? Qual o sentido??? Agora não existe ninguém para parar Zoom (que os podia ter morto a todos, mas também não o fez não percebi porquê) e Caitlin deve estar numa masmorra a ser torturada. A mim o que me pareceu foi que a batalha podia acabar ali, mas como ainda faltam alguns episódios para a temporada acabar os produtores decidiram estender o confronto. Só que escolheram uma terrível maneira de o fazer. O que sentiram vocês? Acharam o mesmo que eu ou acharam que fez sentido a decisão de Barry?

Gostei ainda do momento entre Joe e Wally, quando este é convidado para morar com o pai. Foi um momento carinhoso num episódio mais virado para a escuridão. Na situação de Iris gostei do facto dela não ter ido ao encontro com o Scott, mas este súbito interesse dela por Barry, embora faça todo o sentido, tem que ser manipulado com todo o cuidado para nos dar a evolução das personagens e do romance suficientes para não parecer uma novela mexicana.

Para a recta final de The Flash ficamos com:

– o mistério do homem da máscara de ferro: Hm, algo que me deixou um pouco triste com a história de Zoom, foi o facto de pelos vistos nunca ter existido um Flash verdadeiro na T-2. Jay Garrick é um herói adorado nas comics e ser de repente transformado num vilão é uma forma cruel de partir o coração a alguns fãs. E se o homem da máscara for o verdadeiro Flash da T-2 (cuja identidade era inicialmente secreta) que foi raptado por Zoom, que também lhe roubou a identidade e os seus poderes? Essa pessoa pode ser uma outra versão de Wally ou de Henry Allen.

– as intenções de Zoom com Caitlin… Será que o que sentiu por ela foi minimamente verdadeiro? Ou ela apenas lhe faz lembrar a falecida mãe?

– e por fim, como irá Barry recuperar os seus poderes?

Na próxima semana, o ritmo da série parece que vai abrandar um bocado e teremos um novo meta-humano a raptar Harrison Wells, Barry a procurar por Jesse e Wally a confrontar Joe por causa da sua relação com o Flash. Até lá, boas corridas.

Emanuel Candeias