Portage poderia ter sido o episódio mais morno até ao momento desta temporada de Vikings. Contudo, e como já vem sendo tradição, os episódios mais parados nunca terminam sem um momento de choque, drama e morte: desta feita foram três desses momentos.
E comecemos pelo palco de um desses três momentos: a corte de Paris, reino onde Rollo é a figura do momento, depois do sucesso da última batalha. Depois da conspiração levada a cabo por Roland e Therese contra o Conde Odo, parece que o facto do Conde se ter insurgido contra Rollo e de ter tentado levar o Imperador a prendê-lo, acusando-o de ser uma ameaça, foi o seu fim de linha. O Imperador Charles dá então ordem para execução do Conde, que vê os seus fetiches masoquistas levados ao extremo e é chicoteado até à morte por Roland. Com o desaparecimento de Odo, o Imperador confia totalmente a Rollo a defesa do reino.
O segundo acontecimento chocante tem lugar no núcleo de Ragnar. O episódio começa com os vikings a fazerem-se ao mar, rumo a casa. Porém, o alucinado Ragnar tem uma ideia pouco ortodoxa e cujo resultado conheceremos nos próximos episódios. Decide que devem levar os navios por terra, fazendo-os subir colina acima e contornar assim as fortalezas. Recorrendo aos talentos de inventor de Floki, conseguem construir uma engenhoca para concretizar esta ideia sob o olhar agradado de Finehair e Halfdan. Durante este longo processo de elevação dos barcos, somos vítimas de um susto, quando nos é mostrado Erlendur a disparar uma seta ao pescoço de Bjorn, susto esse que não era mais que uma visão de Torvi, que poderá estar a deixar-nos algum sinal. Depois do susto vem então a morte real. E depois de episódios sucessivos a ganhar destaque e influência, Ragnar revela-nos que o único motivo que o levou a trazer Yidu foram as suas drogas. E quando esta lhe diz que as drogas acabaram, perde então qualquer utilidade para o descontrolado Ragnar. Após Yidu o acusar de ter mentido quanto à sua liberdade e de o ameaçar com o conhecimento que este partilhou com ela do massacre de Wessex, e num ímpeto de raiva, Ragnar afoga-a com uma assistência horrorizada, os seus dois filhos.
Wessex assistiu à derradeira morte. Foi uma morte bem chocante por sinal, não pela vítima em si, mas sim por quem assumiu o papel de carrasco e as circunstâncias em que esta fatalidade se deu. Ecbert retorna a casa e dá a conhecer a Kwenthrith que ele é o novo rei de Mércia. Face a esta traição, e depois de uma tentativa de fuga com o seu filho Magnus, que fracassa, Kwenthrith decide repor a justiça pelas suas próprias mãos e tenta assassinar o Rei Ecbert. Porém, Judith estava por perto e pôs fim à vida de Kwenthrith para salvar o seu novo amante. Confesso que não esperava isto de Judith, sobretudo momentos depois de ela ter sabido que Kwenthrith carregava um filho de Aethelwulf. Na minha opinião, perdemos uma personagem feminina forte e cheia de potencial, mas talvez tenhamos ganho uma Judith mais sombria. Interessante será ver também a resposta de Aethelwulf quando regressar e tomar conhecimento dos acontecimentos recentes.
Resta-me “visitar” Kattegat para referir que Sigurd finalmente abriu os olhos da sua mãe Aslaug para o comportamento de Harbard. Esta apanhou-o em flagrante e ficou furiosa.
Neste episódio, Rollo refere que o seu irmão nunca estará derrotado enquanto viver e a verdade é essa. Ragnar, apesar de estar num estado de loucura evidente e influenciado pelas drogas e pela falta delas, neste momento, Paris está prestes a sofrer outra das suas investidas. E depois de um episódio tão sangrento, o que será que podemos esperar dos próximos? Mais sangue, suor e lágrimas, com certeza!
André Borrego