Oui oui, madames et messieurs, Outlander est de retour! O casal mais brilhante da televisão regressa para o que parece ser uma nova temporada de muitas emoções, novos rumos, novas intrigas, e tudo isto com um elegante toque francês! Na sequência inicial, por alguma razão que ainda nos é desconhecida, deparamo-nos com uma Claire Fraser de volta à Escócia de 1948. Destroçada e desnorteada, Claire reencontra-se com o seu ex-marido Frank Randall, que esperou esperançosamente por ela durante dois anos. Sem Jamie, Claire sabe que terá de voltar a adaptar-se às circunstâncias do seu novo presente e deixar o passado para trás das costas, mas será que vai conseguir? Ainda que não saibamos exatamente como e o porquê de ter regressado a 1948, somos transportados para a chegada a França dos nossos pombinhos. De forma a evitar que os jacobitas criem a sua revolta, que irá dar origem à guerra histórica que aniquila os clãs da Escócia, Jamie pretende criar novas alianças, mas não sem fazerem um novo inimigo.
Outlander é uma série extraordinária e que ainda é pouco conhecida entre nós. É um registo belo e invulgar de televisão que respira o melhor que os livros de Diana Gabaldon têm para contar, construindo progressivamente um romance genuíno e raro no pequeno ecrã. A química entre Caitriona Balfe e Sam Heughan não só é notória à frente das câmaras, como nos deixa uma certa curiosidade para saber os gossips atrás delas. Este regresso, que é um dos mais aguardados no Reino Unido e nos Estados Unidos, continua a manter a qualidade argumentativa com que se estreou no ano passado, trazendo uma nova brisa (avec un petite ârome d’un certain parfum français) e uma visão futurista interessante e que deixa o espectador inquietante e impaciente para o que está ainda para vir.
Se a nível técnico Outlander é um triunfo, nas prestações o selo de qualidade fica estampado permanentemente com um inesquecível Tobias Menzies que abandona os pés do tirano Jack Randall e se foca no psicologicamente ferido Frank. Em dez minutos, Menzies dá o que é provavelmente a sua melhor e mais sentida prova de como é merecedor de um Emmy ou Globo de Ouro. O casal sensação também não lhe fica atrás e, curioso, é ouvirmos escoceses/ ingleses a falar francês fluentemente de forma clara e perceptível. Mais um ponto para cada! Ficamos a conhecer o Conde St. Germaine (Stanley Weber), que promete tornar-se o novo vilão da temporada e que irá dar umas valentes dores de cabeça aos nossos heróis.
Nisto, Outlander regressa em nota alta, com visuais estonteantes e narrativa fluida, performances inesquecíveis e novos horizontes. E se os que sentiam a falta da série podem agora retomar, aqueles que ainda não começaram têm umas boas horas de streaming para fazer. Aproveitem o que a televisão tem de melhor e, certamente, Outlander vai satisfazer as vossas expectativas ou, pelo menos, irão reconhecer o seu mérito.
Jorge Lestre