Este episódio de Vikings trouxe-nos meia hora com pouco desenvolvimento, narrativa lenta e longas sequências sem diálogos nem ação a preenche-las. Convenceu-nos que seria um capítulo tranquilo, sem sobressaltos, e apanhou-nos desprevenidos, pois os minutos que compuseram as cenas finais despertaram por completo os fãs com violência, drama, surpresa, basicamente todos os elementos que esperamos de um episódio desta série.
Em Inglaterra, o tal “jogo de camas” é colocado em pratos limpos: Aethelwulf revela a Judith que sabe do seu relacionamento com seu pai, mas Judith diz-lhe que sabe também do caso dele com a rainha Kwenthrith e assim sendo, o casamento deles não passa de uma farsa. Mas este caso de Judith com o rei Ecbert pode estar prestes a evoluir para algo com mais significado, dado que este lhe ofereceu o anel de casamento da sua falecida esposa. Quanto à dita aliança com o rei Aelle, finalmente decidem atacar conjuntamente Mercia.
Em França, Rollo continua em alta no capítulo amoroso. Já o conde Odo pode estar com o destino traçado. Roland e Therese conspiram contra o conde e tentam convencer o imperador Charles que este quer o seu trono. E pelo que nos foi dado a conhecer até este ponto, o imperador não tem grande personalidade para pensar por si próprio, parece até bastante patético e influenciável para alguém que assume uma posição de tanto poder.
Ragnar continua no seu estado semi-miserável, parecendo alheado da maioria do que o rodeia. A sua relação com a chinesa Yidu aprofunda-se, ganha maior carga sexual, ao mesmo tempo que dá a ideia de que ela preenche parte do vazio deixado pelo seu amigo Athelstan. Partilham um banho e conversas cada vez mais íntimas, dentre as quais Ragnar mostra mais um motivo para o seu estado atónito e decadente: é consumido pela culpa de ter deixado parte do seu povo morrer em Inglaterra. Por outro lado, vamos conhecendo um pouco mais das origens desta enigmática personagem que é Yidu, que descobrimos ser filha de um imperador.
O último episódio tinha terminado com a chegada do rei Finehair, e este vê agora juntar-se a ele o seu exército de 600 homens e o seu irmão Halfdan. Para já, o plano destes é atacar Paris, juntamente com os guerreiros de Ragnar, mas a presença de um exército desta dimensão representa uma ameaça constante para Kattegat. Bjorn descobre, através de Torvi, a quem pertence o anel que o seu carrasco trazia e é possível que queira eliminar Erlendur o mais depressa possível. Mas sinceramente, com a ameaça que Kattegat enfrenta e o estado de Ragnar, Bjorn assume-se neste momento como a grande figura daquele povo e não será boa altura para partir.
Entrando agora nos momentos marcantes do final do episódio: o primeiro, um ato de tremenda violência no momento em que Floki coloca Ivar entre outras crianças que jogavam “ao apanha” com um saco. Ninguém lhe passava nem o deixavam participar e mesmo com Floki a intervir dando-lhe o saco, as outras crianças rapidamente o roubavam das suas débeis mãos. Farto de ser desprezado pela sua condição física, os seus genes bárbaros falaram mais alto, não foi de meias medidas e enterrou um machado na cabeça do rapaz que lhe tirara o saco. Quanto a Floki, tivemos uma pista de que a sua atitude não mudou em nada, ao referir-se a Athelstan como o “cristão de estimação” de Ragnar.
Por fim, em Hereby, o twist que previ há dois episódios atrás: a ingénua Lagertha das primeiras temporadas não existe mais, temos agora uma guerreira. Depois de entreter Kalf com o romance e com a notícia de que estava à espera de um filho dele, no momento em que estavam prestes a casar-se, e sem que ele esperasse minimamente o que se seguia, ela pôs termo à sua vida, apunhalando-o. E assim, reergueu-se, Lagertha, Earl Ingstad. Mas aqui surgem pertinentes questões. Será que sempre foi este o plano de Lagertha ou será que ela tomou conhecimento da conspiração contra o seu filho? Certeza temos que Lagertha não conhece os pormenores todos da conspiração, senão Erlendur já não respiraria…
André Borrego