Para quem viu o sétimo episódio de Legends of Tomorrow, Marooned assemelha-se praticamente a um filler. Um episódio mais preocupado com um vilão da semana do que qualquer coisa que contribua para uma melhor narrativa. Um episódio que por momentos mais parecia uma versão de Star Wars (fraca), mas sem as lightsabers. Mas esperem, aqueles momentos finais… foram fantásticos!
Se eu penso que Snart realmente matou o seu parceiro do crime Rory? É claro que não! Se tal acontecesse, a série deixava de ter interesse e cairia no tédio total. Até agora, não vimos um corpo e, mesmo se, hipoteticamente, Snart tiver matado Rory, isto é uma série de super-heróis que viajam no tempo, logo, teoricamente, nunca ninguém morre.
Mas isso não importa. Subtilmente, os argumentistas foram construindo a tensão entre os dois parceiros para, nas duas últimas semanas, finalmente explodir. E o ponto final aconteceu quando Cold prometeu aos seus companheiros que iria tirar Heat Wave de cena de uma vez por todas, em vez de o mandar de volta para 2016 (uma vez que todos ainda têm família lá), foi um momento verdadeiramente emocional.
Os atores Wentworth Miller e Dominic Purcell merecem todo o crédito por continuarem a encontrar vulnerabilidades nas suas aparentes personalidades de pedra. Miller teve mais oportunidades na série para aprofundar a fundo as suas emoções, mas Purcell agarrou aqui com excelência a sua oportunidade, quando o seu, até à data, melhor amigo lhe apontou a sua arma à cara. Apesar dos acontecimentos que levaram a isso, apesar de Heat Wave vender toda a equipa para o capitão John Valor (Callum Keith Rennie) e aos seus Piratas Espaciais, que em seguida, atacaram implacavelmente a Waverider, nada se compara ao choque que foi ver Rory, friamente a cortar a lealdade para com Cold, simplesmente heartbreaking.
O pior é que Snart versus Rory foi quase tudo o que houve de bom no episódio, no que diz respeito à narrativa. O restante foi uma mediocridade. A série não faz nada para distinguir estes Piratas Espaciais de quaisquer outros piratas de ficção científica – e aqui a série tem tido problemas em realçar os seus vilões (Vandal Savage e Kronos), faltando muitas vezes carisma, crueldade ou mesmo protagonismo.
A outra narrativa a destacar – os flashbacks de Rip com a sua falecida esposa, Miranda (Alex Duncan) – sofre de uma falta desenvolvimento. É-nos revelado mais sobre o seu relacionamento com Miranda, do tempo em que estes estavam juntos no Time Master, mas o que acontece é que a sua relação é descoberta (o Time Master não permite qualquer tipo de relacionamento), acabando por levar Miranda a renunciar ao conselho. Isto diz-nos que Miranda estava disposta a sacrificar tudo por Rip, mas isso é algo de que já tínhamos conhecimento e é por isso que Rip está tão obcecado em alterar o futuro, sente-se culpado. As memórias podem ter sido interessantes, foram uma boa ideia, no entanto podiam ter sido exploradas melhor.
Infelizmente, este episódio sentiu a necessidade de continuar com subplot desnecessário da semana passada, o romance entre Ray e Kendra. Este romance parece demasiado forçado, uma vez que Kendra deve/devia estar, supostamente, ainda de luto pela morte da sua alma gémea de 3000 anos, Carter.
Felizmente, a separação da parceria entre Captain Cold e Heat Wave precedeu o momento alto da realização do episódio, com os Legends e Hunter a derrubarem Valor e a sua equipa. Durante estes largos minutos, todos os personagens tiveram a sua oportunidade de mostrar porque foram escolhidos. Lutas bem coreografadas e sem cortes desleixados como vimos nos episódios iniciais. Tivemos ainda uma troca de tiros entre naves espaciais, ao estilo Star Wars.
“Marooned” não foi uma deceção total, mas foi definitivamente um episódio fraco, senão o mais fraco até agora. Rip continua a não saber ser um líder. O conflito com os piratas espaciais não gerou drama e tensão necessária. O romance entre Ray e Kendra não traz, também, nada de fresco à série. Felizmente, ainda há elementos fortes na série. Grande destaque para as interpretações de Snart e Rory, pela emoção que puseram nas suas atuações. Stein também esteve a bom nível, como nos tem vindo a habituarm e Ray continua a querer ser herói a todo o custo sem pensar nas consequências. Demasiadas referências, por vezes forçadas a Star Trek e Star Wars. E sólidas sequências de ação a dar brilho ao episódio.
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