Empire – 02×10 – Et Tu Brute?
| 03 Dez, 2015

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Fãs de Empire, recuperados dos twists da semana anterior? Pois bem, estamos no midseason finale e não param de chegar novos! Cookie enfrenta o seu passado ao dar um concerto de caridade para as suas ex-colegas de cela, os American Sound Awards lançam as nomeações e, enquanto Jamal recebe o devido mérito pelas suas canções, Hakeem é excluído da categoria de rapper do ano o que, como é óbvio, gera um novo drama no seio dos Lyons. Rhonda e Andre adaptam-se à nova casa e fazem os preparativos para receber um novo membro da família e Annika presta-lhes uma visita. Em Empire, Lucious é traído por Mimi Whitman (Marisa Tomei) e uma cara conhecida desfila orgulhosamente para o controlo da empresa discográfica mais bem-sucedida do momento. Há ainda aquela pequena questão que ficou em aberto do clima atraente entre Jamal e Skye Summers (a bela Alicia Keys) que resultou num pequeno beijo, mas será que isto terá pernas para andar?

“Et Tu Brute?” não é um episódio genial de midseason. Não é pela falta de twists que o espectador não se sente envolto na história, mas é por estes serem, de certa forma, previsíveis. Empire é conhecida por desafiar o conceito de surpresa e em quase todos os episódios ficamos boquiabertos (ou pelo menos espantados) quando há uma reviravolta inesperada. O enredo de novela está lá em todo o seu esplendor, mas há algo que falta. Algo que é difícil explicar, mas que se traduz numa falha sensitiva de provocar as mesmas reações nos espectadores através dos avanços e recuos da história. Isto porque parece que temos alguns déjà vus ao longo do episódio, seja pelo constante ataque à auto-estima de Hakeem, pelo ambiente de traição de Lucious, que maltratou tantos durante a sua ascensão ao sucesso, ou até mesmo para o desenvolvimento da atração platónica entre Jamal e Skye.

Toda a componente dramática, ainda que bem captada por Sanaa Hamri, não é suficientemente forte como os capítulos anteriores porque o espectador já está familiarizado com a temática, atitude e abundância de momentos surpreendentes. Nem mesmo a música conseguiu salvar os momentos mais envolventes. No entanto, há certas situações deliciosas, das quais se destacam a nova cumplicidade de Cookie e Lucious, a forma como Jamal lida com a situação da sua sexualidade perante os novos desenvolvimentos e uma certa cuspidela in yo’ face muito bem aplicada. A essência de Empire está lá, mas não foi tratada com o mesmo carinho que os capítulos anteriores. Parece não haver um aproveitamento a longo prazo de todos os talentos (quer da música, quer do cinema e televisão) durante a hora de episódio, resultando numa paragem natalícia banal e com pouca consistência.

Estes ups and downs da série poderão tornar-se uma constante e prejudicar a temática a longo prazo, mas para já vamos tratar estas situações como “deslizes” argumentativos porque, afinal de contas, a série continua a primar pelo fator entretenimento e pelo ambiente requintado de quem nada tinha e tudo conseguiu. Os Lyons são uma família de guerreiros que lutaram imenso para chegar onde chegaram apesar de todos os seus defeitos e todos nós sentimos que o seu reino é um pouco nosso também por partilharmos a sua vivência, e se alguém o tenta retirar das suas mãos, até nós ficamos revoltados.

Jorge Lestre

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