Num dos meus episódios preferidos da temporada, Edward Nygma ajuda Oswald Cobblepot a reerguer-se das cinzas depois dos desastrosos eventos decorridos nos últimos episódios. Entretanto Gordon, Barnes e companhia enfrentam um exército liderado pela Lady (interpretada pela Michelle Gomez de Dr. Who), uma nova vilã contratada por Tabatha, que tem como único objetivo ver Gordon morto.
Enfim chegou o episódio em que duas das personagens mais queridas da série, Edward Nygma e Oswald Cobblepot, partilham o ecrã e aceitam tornar-se em parceiros no crime! Nygma junta-se a Cobblepot para o ajudar a escalar de volta ao topo de Gotham e espalharam terror como nos velhos tempos. Assim como tinha previsto há muito tempo atrás, as cenas entre os dois foram incríveis. Fico feliz por não terem arrastado a história deles por uma eternidade. No princípio do episódio, Oswald tinha desistido de tudo e de todos, ignorando Edward e querendo voltar ao trailer onde se esconde de Galavan. Mas no fim do episódio, depois de um ótimo discurso de Edward, aceita retomar a mantela de Pinguin e com a ajuda de Edward prepara-se para torturar (e possivelmente matar) mais uma vítima. As conversas entre os dois mostraram como as vidas deles eram paralelas no sentido de que os dois perderam as únicas pessoas que genuinamente amavam, mas que podem usar essas mesmas mortes para incitar os seus comportamentos vilanescos.
Tabatha Galavan, sem as ordens do irmão e sem meios para o tirar da prisão, recorre à ajuda de uma nova – e interessante – vilã de nome The Lady. A personagem ainda é um mistério para a maioria dos fãs com exceção talvez dos leitores de quadrinhos mais devotos. The Lady contrata então um homem para eliminar Gordon, mas quando este falha a missão, um exército de vilões é chamado ao edifício onde se encontram não só Gordon mas também Capitão Barnes e uma equipa de agentes da GCPD.
Durante a batalha vários morrem, Barnes é gravemente ferido e Gordon questiona várias vezes o seu código de ética como detetive, relativamente à importância que dá à vida de ditos “marginais”, e de como são tão importantes quanto as de pessoas inocentes. Com a influência de Barnes, decide resistir à vontade de violar o seu código e poupa a vida do vilão Flamingo, mas logo parece arrepender-se da sua decisão quando este tira a vida de um dos agentes que sobreviveu ao ataque do exército da Lady.
Um dos pecados que Gotham quase sempre comete é focar-se nos personagens errados. Menciono isto nas minhas reviews de vez em quando, mas o que faz de Gotham uma das séries com mais potencial é a abundância de vilões interessantes e os escritores até se esforçam por aproveitar-se disso, mas ultimamente tenho estado a reparar que preferem mostrar mais o desenvolvimento de Jim Gordon, se é que há algum desenvolvimento. Até perdoo o pequeno triângulo amoroso entre Selina, Silver St. Cloud e Bruce, ou as reviravoltas – nomeadamente, a respeito de Jerôme e do legado que deixou em Gotham – mas quantos atos de coragem e más decisões (para um polícia com treino) Gordon irá fazer antes de tornar-se no inteligente e cuidadoso líder da GCPD como o conhecemos?
Duas coisas que o episódio mostra em relação ao futuro da série, ou pelo menos do clímax da mid-season finale, é o aparecimento da misteriosa seita aliada aos Galavans. A participação deles na história é ainda um bocado difícil de perceber, visto que não faz sentido contratar um grupo inteiro para assassinar um rapaz indefeso. Mas de qualquer maneira, “A Better Pill to Swallow” exibe demasiada violência gratuita, mas compensa com ótimos diálogos e (mais uma vez) excelentes interpretações vindas de Robin Lord Taylor e Cory Michael Smith.
Cátia Neto