Empire – 02×03 – Fires of Heaven
| 08 Out, 2015

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Depois de um deslize bastante comprometedor, Empire está de volta e uma certa consciencialização de que o arco narrativo arrancou de forma precária também, mas que em nada parece interferir com o sucesso da série em se redimir.

Com a Lyon Dynasty já no ar, Cookie e Hakeem tentam a todo o custo lançar o seu projeto na imprensa radiofónica, bem como treinam o seu trio sensação Mirage-à-trois (impossível não soltar um grunhido cómico com o nome) para se tornar o rosto da empresa. Lucious está fora da prisão e, tal como prometeu a Frank antes de o matar, quer contratar a filha do mesmo para se tornar o novo ícone de Empire. Jamal apercebe-se de que este novo talento poderá meter-se no seu caminho, mas, acima de tudo, começa a juntar as peças de que a “guerra” entre os seus pais está a comprometer a qualidade da música produzida por ele próprio.

Andre decide contar aos papás que eles irão ser avós e Annika vê-se numa espécie de estratagema de Lucious para destruir a empresa de Cookie. Enquanto Hakeem vive “La Vida Loca” com Valentina no seu apartamento, Cookie procura maneiras de atingir Lucious depois de um ultimato durante um almoço típico em que a família Lyon está reunida à mesa. (Outro momento de estrelato para Cookie, mesmo priceless!)

Agora que o arco narrativo está lançado de vez, Empire volta às suas origens, com performances dignas das estrelas que as interpretam e com música para dar e vender, reviravoltas inesperadas, gangsters e traições sujas. A família Lyon sentada à mesa reunida é também um momento em que o espectador se apercebe que “sh*t is gonna get real!” e que tem um desfecho magnífico, mais uma vez, pela postura ousada e vincada de Cookie. Mesmo que Empire e Lyon Dynasty estejam em conflito, não é propriamente no enredo que nos fixamos, mas sim na trama que envolve esta disfuncional família e na tentativa de nos enquadrarmos nos cenários caprichados da série.

Pitbull e Timbaland marcam presença em “Fires of Heaven” trazendo um pouco de alegria à faixa musical e, para além das típicas cantorias de Hakeem e Jamal, ainda conhecemos o trio Mirage-à-trois composto por Valentina e suas compinchas. A fórmula de sucesso está de volta, trazida por Craig Brewer que, para quem não sabe, é o realizador do filme Hustle & Flow em que Terrence Howard e Taraji P. Henson contracenam juntos. Dando um caráter mais denso e mais mundano, Brewer conduz as situações com qualidade, no sentido em que aproveita os elementos-chave da série e consegue criar um produto que faz jus aos alicerces com que ela foi criada. Isto porque não é fácil avançar com uma narrativa que ficou manchada significativamente pelo episódio anterior, mas Brewer consegue captar a atenção do espectador realçando os personagens e pondo o guião para segundo plano, tirando proveito da parte mais divertida de Empire.

Sendo que estamos de volta ao seio da família Lyon, novas vertentes de história vão surgindo, com os constantes twists, e que se tornam vívidas através do extraordinário elenco que compõe a narrativa. Portanto, depois de um episódio tenebroso e frágil de lançamento do arco narrativo, perdoamos a série por esse deslize. Mas lembrem-se, sempre que algo de errado surgir com Empire, nada do que a torna má está intimamente ligado a Cookie Lyon porque ela é, simplesmente, o melhor de tudo o que a série tem para oferecer.

Jorge Lestre

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