A série mais famosa do mundo está de volta esta semana com más notícias! Cookie, Hakeem e Andre deixam Empire e decidem criar a sua nova empresa discográfica, a Lyon Dynasty. Nisto, ao lutar com as dificuldades de encontrar um novo sítio para sediar a sua nova empresa, o trio precisa de pedir o álbum por acabar de Hakeem a Jamal, que continua na liderança de Empire e não está propriamente recetivo a fazer-lhes qualquer favor que seja.
Lucious, que passa um mau bocado na prisão devido a um problema de saúde mal explicado e a um polícia muito melga encarnado por Ludacris, faz os possíveis para conseguir compor alguma música por trás das grades de forma a aliviar o stress do dia-a-dia e de poder mostrar ao mundo que nada o consegue parar, nem mesmo a prisão.
Quando a nova empresa de Cookie e filhos começa a ganhar alguma vida, Hakeem (com a sua típica ingenuidade irritante) decide criar uma girls band multicultural e, então, conhece Valentina (Becky G), uma ambiciosa miúda (literalmente) que pretende subir na “cadeia alimentar” rapidamente (if you know what I mean.)
Andre também não está propriamente convicto do que está a fazer, ao deixar a empresa de que sempre cuidou com muito carinho e por que sempre lutou, mesmo estando doente. Os atritos com Hakeem e Cookie não parecem ajudar e o rapaz decide abandonar o projeto, deixando a sua mãe em lágrimas. E, claro, a nossa adorada Cookie Lyon continua igual como sempre, bela e de temperamento azedado, com uma resposta sempre na ponta da língua, seja para massacrar a pobre Annika ou para mostrar aos filhos que nada é impossível quando se é um Lyon.
Não trago boas novidades deste episódio de Empire, aliás, como fã, senti-me desapontado com a precariedade argumentativa de “Without a Country”. Este é um daqueles episódios que o espectador sente que não chega a lado nenhum, trata com vulgaridade um evento que devia ter um desfecho minimamente surpreendente (a saída do trio de Empire e criar a sua própria empresa), uma realização infantil e pouco credível que se reflete nas fracas tentativas de envolvimento musical; o “empurrar” de estrelas famosas para uma narrativa em que elas simplesmente não se enquadram, como é o caso de Becky G (e pergunto-me se ela tem mais de 18 anos para estar nos preparos que apresenta na série); de Andre Royo, que encarna Thirsty Rawlings, o novo advogado de Lucious, que cai de para-quedas na história sem se perceber o porquê; Kelly Rowland, que aparece num flashback de Lucious sem um motivo pertinente e, por fim, Ludacris, que ninguém percebe onde estava no primeiro episódio, já que é tão implicativo com o patriarca de Empire e os seus compinchas.
Portanto, nesta salgalhada toda de história miseravelmente vulgar para uma série tão boa e de escrita tão palpitante, o que salva “Without a Country”? Fácil, a música. Serayah está de volta ao seu (curto) papel de Tiana e presenteia-nos com um novo momento musical que promete fazer o sucesso do novo CD de Empire. A canção que Lucious desenvolve na prisão é também ela bastante divertida para quem aprecia hip-hop e, acima de tudo, as performances já habituais de Taraji P. Henson e Jussie Smollett que continuam a alegrar o espectador não só através da voz extraordinária de Smollett, mas também por aquele talento natural que Cookie tem para insultar Annika que nos faz soltar sempre uma boa gargalhada.
Há ainda pormenores bastante mal explorados neste novo episódio de Empire, assim que projeta um novo arco de história com base na saída de Cookie e companhia da empresa discográfica mais famosa do mundo. Dentro destes pormenores mal explicados, e aqui deixo um SPOILER, portanto, fica à vossa responsabilidade se quiserem ler este bocado: [Quando Lucious lá consegue que lhe levem o equipamento necessário para criar uma nova canção, gostaria que me explicassem como e quando é que os seus parceiros da prisão, que até então nem os nomes consegui memorizar, subiram na carreira musical, visto que sabiam mexer no equipamento com facilidade e competência; têm todos eles ligação com a música? Acho que é necessário uma resposta porque esta súbita qualidade dos prisioneiros pôs em causa o envolvimento musical da cena em particular, que está filmada como se fosse um momento de brilho para o protagonista e que causa tanta indignação que quase nem se presta atenção à música.]
Ou seja, até nos momentos mais agradáveis de “Without a Country”, a realização de Dee Rees mostra-se superficial e pouco envolvente e o argumento de Carlito Rodriguez não vem ajudar (em nada) a melhorar. Já para não falar da ausência de Marisa Tomei do elenco, cuja personagem tinha potencial, mas foi deixada de parte. Mas, claro, um episódio mais fraco de Empire tinha de chegar mais cedo ou mais tarde… só espero é que a qualidade deste produto não se espalhe pela série com frequência, senão o império de Empire pode cair a ritmos alucinantes e ninguém quer que isso aconteça.
Jorge Lestre