Contém SPOILERS!
Depois do hiato, eis que a nossa série regressa para a continuação da génese do apocalipse zombie mais famoso da tv. Face ao episódio anterior, a espera foi desesperante, contudo, as expetativas caíram pelo cano abaixo no decorrer do episódio. Parecia que iríamos ter algo que não tivemos e a ação arrastou-se, muito ao estilo de The Walking Dead, a série mãe. Por outro lado, está a ser interessante acompanhar a evolução de uma hecatombe para a qual ninguém está preparado (ou não quer estar).
A Humanidade está a entrar em colapso e ainda mal começou o apocalipse. Os motins disparam pelas ruas e Travis está com a sua primeira família preso em casa dos Salazar. Como é que é possível que os revoltosos não percebam que há humanos que não estão na sua perfeita condição e que estão literalmente a comer outros da sua espécie? Pois, a realidade é demasiado dura para ser aceite de ânimo leve. A polícia de choque e o exército entram em campo, mas a revolta está descontrolada ao ponto do refúgio dos Salazar deixar de ser seguro porque começou um incêndio na loja ao lado! Sem alternativa, os Manawa e os Salazar partem em direção à carrinha de Travis para fugirem da confusão. Embora Griselda tenha sido magoada com gravidade, o grupo chega ao veículo com relativa facilidade. Liza, como estudante de enfermagem que aspira ser médica, ainda tenta ajudar a enferma, mas a gravidade do ferimento está além das suas capacidades, contudo, o acesso ao hospital está indisponível e o grupo é obrigado a fugir para a casa de Madison.
Sem maneira de entrar em contacto com Travis, Madison contraria a decisão do parceiro e fica em casa com os filhos, Alicia e Nick, na esperança que ele chegue para que partam todos juntos para o deserto. A espera que se acreditava que seria calma, já que vivem nos subúrbios de Los Angeles, acabou por revelar-se bastante perigosa. Entre o jogo de monopólio, a chegada do cão e os estrondos que se ouvem ao longe, um visitante indesejado impõe a sua presença: o vizinho Dawson, que agora é zombie. O trio vai procurar uma espingarda na casa ao lado no momento em que Travis está a chegar a casa. Travis ainda tenta parar o vizinho, mas é Daniel que tem “cojones” para fazer o que tem de ser feito: matar o zombie com um tiro na cabeça. No desenrolar da ação, acabo por ficar desiludido com Travis, embora perceba o seu ponto de vista, porque não aceita que matar os zombies é a melhor solução. Segundo ele, poderá haver um modo de reverter o processo. Isto apesar de quase ter sido morto pelo vizinho e tendo de proteger a família. É aqui que Daniel acaba por ter um pouco de razão em verem Travis um elemento fraco, não querendo permanecer junto neste grupo. Numa altura em que a sobrevivência do mais forte começa a fazer sentido, concordo com Daniel no aspeto em que Travis não tem capacidade para aguentar um apocalipse zombie.
Nick continua com o seu vício, achando totalmente injusto que Madison tenha cedido parte dos seus medicamentos a Griselda, a mesma Griselda que, segundo Liza, está condenada à morte porque o seu ferimento necessita de um médico. Dá-se o cliché de o exército chegar na hora em que o grupo está de partida para o exército, adiando a partida do grupo e dando a falsa esperança de que tudo ficará bem.
Em suma, o episódio foi bom, mas não manteve o ritmo do episódio anterior, o que levou muitos dos seguidores a caracterizarem o episódio como “seco”. É verdade que não foi o melhor episódio até agora, mas continua com uma apresentação interessante sobre a condição humana em situações extremas.
Questões em análise:
Rui André Pereira