Depois do traumático incidente do episódio anterior, View Source expõe o seu impacto na vida de Elliott enquanto tenta viver uma vida mais normal, e o plano de Mr. Robot de reunir a Fsociety depois do fiasco do último projecto e pedir ajuda à White Rose, outro grupo de hackers.

A partir da primeira cena do episódio, que mostra como Elliott e Shayla se conheceram, consigo perceber a razão pela qual Elliott sente-se culpado pela morte da vizinha, visto que depois de lhe oferecer drogas leves, Elliott pede por algo mais pesado e raro fazendo com que Shayla contacte Vera para ser o seu fornecedor. Entretanto, a cena foca mais na relação especial entre os dois, e como Elliott sentia-se confortável com Shayla, possivelmente porque a vizinha parecia entender a sua personalidade e os seus problemas psicológicos. Para quem shippava Elliott e Shayla, esta cena deve ter provocado lágrimas. Pessoalmente, foi uma óptima transição do episódio anterior, visto que View Source afasta um bocado da perspetiva de Elliott, e concentra-se nas jornadas de Angela, Mr. Robot e Tyrell.

Angela, que nos últimos episódios tem estado à procura de uma maneira de derrotar os executivos da E Corp, e depois de finalmente encontrar uma advogada com coragem suficiente para os enfrentar, visita Terry Colby, que é tão odiável quanto o Tyrell. Eu gosto de como o guião da série tornou a Angela numa pessoa mais audaz e direta: no fim da conversa, não contém a vontade de lhe dizer que “Losing everyone’s respect, the respect of people you know and the people you don’t? It’s a sh**ty feeling, trust me.” (“Perder o respeito de todos, o respeito da pessoas que conhece e que não conhece? É um sentimento m**da, confie em mim.”), que foi para mim a minha fala favorita do episódio.

O episódio seria perfeito se não fosse pela última cena com Tyrell. Conheço a personagem como uma pessoa metódica, controlada e por vezes incrivelmente bizarra (principalmente quando partilha o ecrã com a esposa), e não como uma pessoa que espontaneamente decide seduzir alguém a um terraço e estrangulá-la à morte. Esta foi a cena mais off-character da série, apesar de ter sido optimamente interpretada pelo ator Martin Wallström. Terá o Wellick assassinado a mulher do CTO por pura raiva, ou para usá-lo como um meio de afetar a vida Scott? De qualquer maneira, o que ele fez foi demasiado irracional e improvisado, e pela reacção de horror do Tyrell, será provavelmente um grande problema na vida dele e da sua carreira. Quero ver qual será a reação da Psicopata no. 2, também conhecida como Sra. Wellick. Já estou cansada de ver Wellick a atirar copos de vidro pró chão por causa de um cargo na E Corp. Espero que eventualmente volte a interagir com o Elliott e indirectamente com a Fsociety!

Outro aspeto do episódio que me surpreendeu foi a maneira como lidaram com o Mr. Robot. Aparentemente, os outros membros da Fsociety estão cientes da sua existência, apesar de não lhe chamarem pelo seu nome verdadeiro, ou de mencionarem Elliott sempre que Mr. Robot interage com eles. Confesso que começo a ficar céptica da minha teoria, visto que Elliott estaria demasiado deprimido para usar a sua persona de “Mr. Robot” para conversar com os outros membros da FSociety, e até tenho o pressentimento que a natureza de Mr. Robot permanecerá um mistério durante a série inteira.

Por mais que o erro do Tyrell me tenha surpreendido, a minha cena favorita foi a última, em que Elliott, depois de ter todas as sessões com a terapeuta no princípio do episódio (apesar dela saber que Elliott ainda precisa de ajuda psiquiatra) num acto de desabafo (acho eu) conta à Krista que tem estado a vigiá-la pelo seu computador, sabe tudo o que vê e a observa a partir do webcam. A expressão da terapeuta é, obviamente, de puro terror. Se o plano do Elliott era de convencer à Krista de que precisa seriamente de ajuda, provavelmente irá resultar!

A três episódios da season finale, Mr. Robot esta cada vez mais perto do grande clímax da primeira temporada, que promete não decepcionar os fãs!

Cátia Neto