Contém SPOILERS!
KillJoys, a mais recente aposta da Syfy, acompanha as aventuras de dois bounty hunters que percorrem um sistema planetário complexo, denominado de Quad. Trata-se, portanto, de uma série de ficção-científica que decorre no espaço, numa galáxia distante, onde uma empresa tenta dominar vários planetas e um grupo de Killjoys persegue os criminosos, ou não, para os levar à justiça.
Num futuro distante, ainda não identificado, numa galáxia longínqua, existe um sistema solar, “The J”, que contém um planeta com um sistema complexo de três luas, sendo os quatro habitados, formando o Quad. Nas poucas imagens que nos foram mostradas, tanto o planeta, como as luas, são habitados, e explorados, segundo a condição social dos seus habitantes. Qresh é o local onde vive a elite! Além de extremamente fértil, tem paisagens paradisíacas onde os elitistas vivem, é a partir daqui que se decide o destino dos restantes astros e se sonha com a expansão e a busca de novos mundos com riquezas por explorar. Westerley é o planeta que a Company explora sem remorsos. Trata-se então de uma lua com um ambiente altamente poluído, pois os elitistas apenas se preocupam com o lucro da exploração e das fábricas. É um planeta sobrepovoado e com graves problemas sociais. Leith foi a terceira lugar a ser colonizado e, supostamente, seria a solução para o sobrepovoamento de Westerley. É uma lua ainda muito verde. Arkyn, a lua mais pequena, continua ainda um mistério, já que, alegadamente, a sua colonização correu mal. The Company é uma empresa poderosa que administra e explora este sistema planetário. Podemos afirmar que administra o Quad com mão tirânica e que, por isso, lida mal com rumores de revolta. Como se trata de uma organização influente, acaba por usar os Killjoys para resolverem os seus problemas mais complicados.
A R.A.C., ou The Rack (como é vulgarmente conhecida), é a Recovery and Apprehension Coalition, um organismo independente, e acima da lei, que administra os Killjoys. É para esta organização que as personagens principais, Dutch e Johnny, trabalham como agentes.
Dutch depressa se revela como a chefe do duo e é uma agente de nível cinco, já Johnny tem apenas nível três. Apesar dos segredos e inconsistências apresentadas, nota-se que são uma equipa bastante unida e a confiança mútua impera entre ambos. Mesmo depois de Johnny ter enganado a sua chefe para conseguir localizar o seu irmão, D’Avin, que tem um mandato de captura de nível cinco (que equivale a morte imediata). Com este cliché atirado contra a minha cara nos minutos iniciais, provocou-me uma azia imediata contra o enredo.
Com a ajuda de Dutch, que depressa descobre o que Johnny anda a tramar, D’Avin é salvo da morte, mas ganham um novo inimigo, outro Killjoy que quer capturar e ganhar a enorme quantia atribuída à cabeça de D’Avin. Como seria de esperar, a resolução do conflito é favorável aos nossos heróis de serviço.
Como é tradicional, o piloto apresenta um guião difícil de entender, sobretudo porque se trata de um registo político, social e económico bastante diferente daquele a que estamos habituados. Além deste problema, há que mencionar que a tentativa de manter alguns mistérios, levou a que se tornasse difícil criar empatia com as personagens principais da série, sendo que mal as ficamos a conhecer. No entanto, as cenas de ação e luta acabam por dar um ritmo aceitável ao episódio.
Confesso que gostei do genérico de abertura, da maioria dos efeitos especiais e de parte da banda sonora, embora tenha achado que a edição de imagem/vídeo necessitava de maior investimento… sobretudo nas imagens de aproximação a Quad, mais parecia que estávamos a ver uma imagem com efeito de aumentar num powerpoint. Mesmo assim, Killjoys, nunca será uma série fantástica, mas tem potencialidades para se bem desenvolvida nesta temporada, ser renovada.
Se gostas de uma série de ficção-científica simples, sem grandes dramas envolvidos, Killjoys é uma boa série para ti. Será então excelente para suprir a falta de séries da summer season. Caso gostes de enredos mais complexos, é muito provável que não te identifiques com a série.
Nota: 7/10
Rui André Pereira