Contém SPOILERS.
Esta nova série da ABC não tem nada de realmente novo. Sete mulheres são esposas de astronautas que fazem parte do Projeto Mercúrio, o primeiro programa de tripulação especial da NASA. Nos inícios da Guerra Fria, tinha como um dos principais objetivos estabelecer a superioridade americana face aos soviéticos. Dos produtores de The O.C. e Gossip Girl, The Astronauts Wives Club traz-nos roupas fabulosas, drama e romance. Com um bocadinho de Desperate Housewives à mistura
Portanto, todas as personagens são baseadas em pessoas reais. Como protagonistas temos a entusiasta Betty Grissom, a sexy Rene Carpenter, a moderna Trudy Cooper, a ousada Marge Slayton, a calada Annie Glenn, e Jo Schirra (que me passou demasiado ao lado para lhe arranjar um adjetivo). Os maridos delas vão ser astronautas e elas entregam-se de corpo e alma para os ajudar. A pergunta que se coloca é: qual deles é o primeiro a subir?
Marge: “We’re just a bunch of housewives”.
À medida que o episódio ia avançando fomos desbravando as vidas destas sete mulheres aparentemente tão normais. Trudy é piloto e casada Gordon Cooper. No entanto, o casamento dos dois é de fachada. Ela tinha-lhe entregue os papéis do divórcio quando foi chamado pela NASA e implorou a Trudy que não o deixasse. Tudo pelas aparências. Trudy é a mais moderna das sete. É a que vemos mais vezes de calças, a que diz o que pensa. Parece ser indiferente ao marido depois de tudo o que lhe fez, mas viu-se que as traições ainda a magoam. Gostei dela, está à frente do seu tempo e parece ser boa amiga. E estas sete vão precisar muito uma das outras.
Marge é outra que não filtra o que diz, mas é muito mais engraçada do que Trudy. E se os esqueletos no armário da primeira deviam-se às indiscrições do marido, as de Marge são a sua ligação com o Japão. Vemos os quimonos dela e as fotografias mas não sabemos exatamente o que se passa ali. Claro que nesta altura o Japão era tudo menos famoso na América dado que ainda não tinham passado vinte anos desde o ataque a Pearl Habor.
Louise é esposa do primeiro astronauta americano a ir ao espaço. Mas, claro, nem tudo é perfeito. Alan trai-a sempre que pode e, ao contrário de Trudy, Louise ignora o que se passa. É mais do que óbvio que ama demasiado o marido para o deixar. Para além disso, é muito fechada e fria e é-lhe muito difícil entrar no círculo de amigas. Quando, no final, foi bater à porta de Trudy não fiquei admirada, mas a cena em que elas estão todas a dançar foi engraçada e mostra o quanto as mulheres conseguem unir-se para ultrapassar as dificuldades e as más alturas.
Em relação às outras, não apareceram o suficiente para sabermos os seus segredos. Betty tem um casamento feliz com Gus e vai ser a próxima a rezar para que a viagem do marido corra bem. Annie não fala porque é muito gaga. Quanto às outras… bom, só nos próximos episódios!
Gostei. Muito honestamente gostei. Sou grande fã de Odette Annable, JoAnna García e Erin Cummings e acho que estão bastante bem nos respetivos papéis. Gostei de alternarem imagens reais dos anos 60 com as da série, dos cenários e, especialmente, do guarda-roupa. O grande problema da série é se tem pernas para andar por muito tempo. Acho que é daquelas ideias que provavelmente resultaria melhor num filme do que numa série. Vamos ver o que sai daqui.
Nota: 7.5/10
Maria Sofia Santos