Sinopse: Matt Murdock ficou cego quando era criança num acidente com um veículo que transportava químicos. Agora, em adulto, Matt – que é advogado durante o dia – usa os seus sentidos apurados para combater o crime no bairro de Hell’s Kitchen em Nova Iorque.
Contém SPOILERS.
Não há volta a dar. Os super heróis estão na moda e não param de surgir séries. A The CW ofereceu-nos Arrow, The Flash e tem outro spin-off pronto para sair do forno no Outono. A ABC criou Agents of SHIELD e também eles têm um spin-off em trabalhos. A CBS vai lançar também Supergirl. Como a Netflix não quis ficar atrás, pegou num super herói bastante popular e que nem teve muita sorte na primeira tentativa em live action (quem não se lembra do fiasco que foi o filme Daredevil com Ben Affleck em 2003?).
Esta nova série prometia-nos ser muito diferente das dos outros canais. Mais adulta, mais violenta e com menos romance. Basicamente tudo aquilo que peca nas séries de Oliver Queen e Barry Allen. Andava desertinha de ver Daredevil. Todos os super heróis têm o seu quê de especial, mas o facto de Matt ser invisual torna tudo muito mais interessante.
Charlie Cox brilhou no papel de Matt Murdock e isso foi essencial para a série começar bem. Não exagerou nos movimentos, não era preciso os olhos para nos rendermos aos seu sorriso. Ele é claramente um homem fechado e complexo mas isso não o torna irritante nem deprimente. É um ser humano, tanto na maneira de agir como no papel de Daredevil. Ele não usa engenhocas nem ter nenhum super poder. É apenas ele, com os seus sentidos mais apurados do que o normal (que resultou da perda da visão e aos químicos que lha retiraram) a defender o seu bairro. Isso é outra coisa diferente. Enquanto que Oliver Queen defende Starling City, Barry Allen corre para derrotar o mal em Central City e Bruce Wayne olha pela sua Gotham, Matt Murdock é apenas o justiceiro dos dez quarteirões que compõem o bairro de Hell’s Kitchen na Big Apple.
Murdock & Nelson é uma firma de advogados composta pelos amigos de faculdade Matt e Foggy. O seu primeiro caso é defender Karen Page, acusada de matar um colega de trabalho. Gostei bastante da dinâmica tanto dos advogados como com Karen. Há boa química ali.
A única personagem principal a aparecer pouco foi Foggy, que serviu mais de comic relief. Claro que não nos podem mostrar tudo de uma vez. Apesar de tudo, percebi que Foggy é uma personagem com potencial e para mim bastou-me neste episódio.
Karen Page não é a dama em apuros e dei graças a Deus por isso. Na banda desenhada ela é o interesse romântico tanto de Matt como de Foggy. Foi óbvio quem ambos gostaram dela, mas pelo menos parece platónico e pelo que vi até agora não me parece que DeKnight vá por esse caminho tão cedo. Mesmo que o faça, espero que não siga o melodrama que vemos em Arrow e The Flash. Mais do que um interesse romântico, Karen parece ser uma mulher cativante e que se sabe defender. Ela aceitou a ajuda dos advogados mas mesmo assim não lhes contou que escondia a pen com as provas do desvio do fundo das pensões da Union Alliance. Fiquei contente que esta história não tenha acabado. Deborah Ann Woll teve na sua Jessica Hamby em True Blood uma mulher forte em papel de cordeiro e é sublime nessa arte. Claro que Jessica e Karen são personagens muito diferentes, mas nesse aspeto são parecidas e a atriz usou isso em seu favor.
Apesar de terem safado Karen, muitos problemas se avizinham para Hell’s Kitchen. Temos o tráfico de mulheres, a droga, os desvios de dinheiro, as plantas do bairro… Tudo para o grande chefão se apoderar aos poucos do bairro. Vamos a isto!
Into the Ring foi um episódio piloto muitíssimo promissor. Claro que houve muitas perguntas sem resposta, mas isso é o normal dos episódios de estreia. Mal posso esperar que o vilão apareça e que a jornada de Matt enquanto justiceiro de Hell’s Kitchen avance.
Com tudo quero dizer que fiquei rendida e que mal posso esperar para ver o resto da temporada porque não vou descansar até ver os restante doze episódios.
Nota: 9/10
Maria Sofia Santos