Contém SPOILERS!
Athelstan dominou por completo este episódio. Apesar de outras coisas terem acontecido no seu decorrer, o que fica marcado na nossa mente é o desfecho a que esta fantástica personagem teve direito.
Nem mesmo a iminência da partida para Paris e a descoberta de que a colónia Viking em Wessex foi dizimada, se sobrepuseram o monge.
Athelstan começou como um mero prisioneiro que Ragnar decidiu trazer para casa, numa das suas primeiras incursões por terras inglesas. Mas rapidamente este monge passou de prisioneiro ao homem em quem Ragnar mais confiava.
Fomos vendo ao longo destas temporadas as dúvidas que ele foi tendo quanto às suas crenças religiosas. A sua convivência com os Vikings fez com que ele começa-se a sentir alguma feição pelas suas crenças religiosas. Mas o Cristianismo nunca desapareceu completamente da sua mente e isso fez com ele vivesse os últimos tempos dividido entre as duas religiões.
Contudo ele finalmente recebeu do Deus católico o sinal pelo qual ele tanto ansiava e que o fez reconverter-se completa e inteiramente ao Cristianismo. A sua satisfação neste feito foi tanta que imediatamente se desfez de um dos primeiros presentes que recebeu de Ragnar e que simboliza as crenças nórdicas. Aliás foi ele próprio quem foi contar a Ragnar que o Senhor veio ter com ele.
Isto tudo deixou Floki ainda mais furioso do que já estava e aquele “sinal” vindo dos deuses, supostamente a requerer um sacrifício, foi o suficiente para ele próprio matar Athelstan. Mas a verdadeira fé que ele havia descoberto recentemente não o fez temer a presença de Floki e entregou-se livremente à vontade do seu Deus.
E a sua morte leva-nos a uma sequência de cenas que só Ragnar nos é capaz de proporcionar. Ele carregou às costas o corpo do seu amigo até ao topo da mesma montanha onde Athelstan lhe havia ensinado a oração principal do Cristianismo, no final da temporada passada.
Aqui ficou bem visível a verdadeira amizade que existia entre estes dois. Aquele emocionante discurso que Ragnar proferiu depois de enterrar Athelstan fez-me automaticamente recordar a despedida que ele teve da sua filha, nos inícios da série. Aquilo que mais o amargura é o facto de nunca mais poder reencontrar o amigo, mesmo depois de morto, já que as suas religiões não o permitirão. E que tanto ele ainda tinha para conversar com Athelstan.
A verdade é que depois de tudo isto, vemos Ragnar a rapar totalmente a sua cabeça na beira do rio e a colocar o cruxifixo de Athelstan ao pescoço, pedindo-lhe desculpa por tal.
Mas quando uma vida parte, outra chega e neste caso foram duas. O filho resultante do caso que Athelstan teve com Judith finalmente nasceu, mas que quase levou a que esta última fosse brutalmente torturada. Contudo o facto de ser filho de Athelstan fez com que Ecbert o considerasse como um enviado de Deus.
A filha de Bjorn também já nasceu e este decidiu chamar-lha de Siggy, em homenagem aquela que havia falecido a proteger os seus irmãos mais novos.
Mais uma vez somos presenteados com um fantástico episódio e que deixa cada vez mais clara a qualidade que Vikings é capaz de nos apresentar. Fica cada vez mais claro que nada acontece por acaso nesta série e que a mesma não necessita de introduzir as suas magnificas lutas para nos entregar episódios que nos ficam marcados na memória.
Nota: 9/10
Carlos Oliveira