12 Monkeys, a mais recente série da Syfy, narra a história de James Cole que, em 2043, face à libertação de um vírus mortal que aniquilou mais de 90% da população mundial, viaja até ao passado (na atualidade) para impedir que o misterioso Army of the Twelve Monkeys ponha em marcha o desaparecimento da humanidade.
Confesso que parti para a visualização do piloto sem grandes expetativas, embora tenha adorado o filme em que a série se inspirou. Isto porque a Syfy tem-me desiludido nos últimos projetos que tem apresentado. No entanto, tenho de me retratar! Tirando um aspeto ou outro menos conseguidos, o piloto foi interessante.
Apesar de imaginarmos o futuro como uma utopia onde a perfeição é o prato do dia da nossa evolução enquanto sociedade, não é isso que a série nos retrata. Os escassos sobreviventes do apocalipse vivem em condições duvidosas e têm pela frente um futuro pouco risonho. James Cole está preso quando o chamam para uma missão importante: ser transformado num viajante do tempo, descobrir Cassandra Railly, uma famosa médica especializada em virologia, que poderá ter a chave para a salvação do Homem. Por azar, o primeiro encontro de ambos acaba mal para os dois: ele rapta-a para encontrar Leland Frost, mas ela nada sabe e Cole é baleado; Cassandra fica de tal modo transtornada por ver Cole desaparecer que perde o emprego e o marido e entra numa espiral obsessiva que dura dois anos para encontrar Cole e Frost.
Dois anos se passaram e Cassandra espera pelo seu raptor no hotel combinado… embora ele demore, acaba por surgir com o ferimento da bala que havia sofrido aquando do suposto sequestro! Cassandra ajuda-o, mas depressa se apercebe que ele não é normal, que regenera com demasiada facilidade. Assim que descobrem que afinal Leland Frost é o multimilionário Leland Goines, não há tempo a perder! Goines terá de morrer, para que os sete biliões de mortos consigam escapar a tão fatal destino.
A dupla consegue infiltrar-se na festa e Cole quase consegue assassinar o alegado malfeitor! Os planos correm mal e ambos são capturados. Goines depressa percebe que Cole é um viajante do tempo, já que ele o visitou em 1887 e o questionou sobre o “Exército dos 12 macacos”. Mas Goines nada sabia e nada sabe sobre o assunto. De forma a escapar, Cole cria um paradoxo temporal: encosta o relógio de Cassandra, que trouxe do futuro, ao do presente… e dá-se uma explosão! Goines sobrevive, mas Cole mata-o! Esperava ele desaparecer e deixar de existir, mas tal não acontece. Afinal Goines não é o temível executor da humanidade.
As cenas finais mostram-nos Jennifer, a filha doente mental do falecido Leland Goines. Ela está a desenhar o símbolo do “Exército dos 12 Macacos” enquanto lhe é comunicado que o pai morreu e que ela é a herdeira do seu império.
Como pontos negativos, mas que poderão ser facilmente reconvertidos, nomeio as personagens Cole e Cassandra. Como dueto central do enredo, deveriam ter sido apresentados de forma mais profunda. Estes dois continuam um mistério… apenas deu para perceber que nutrem sentimentos de preocupação mútuos. Teremos relação amorosa ou apenas uma união de combate ao mal que se aproxima? Esperaremos pelos episódios que se seguem para ver onde nos leva o enredo.
Positivamente, temos a banda sonora e os efeitos especiais… Bem, aquele paradoxo foi surrealmente bem feito! O enredo apresentou uma evolução constante e bem concebida, o que tornou este piloto numa apresentação bem conseguida. Eu gostei e continuarei a seguir 12 Monkeys, assim o meu escasso tempo livre o permita.
Nota: 8/10
Rui André Pereira