Marco Polo – 01×01 – The Wayfarer
| 15 Dez, 2014

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Marco Polo, a mais recente série original da Netflix, narra a história desse explorador e comerciante veneziano durante a sua estadia na corte do império Mongol, dono de quase todo o oriente, no período de governação de Kublai Khan.

A Netflix veio revolucionar o mundo das séries e, assim que decidiu apostar em séries originais, iniciou uma concorrência considerável com os canais americanos especialistas neste tipo de ficção televisiva. Numa primeira abordagem mais generalista, é mais que óbvio que não se trata de uma série perfeita, no entanto, fiquei francamente surpreendido com alguns dos aspetos de Marco Polo.

A temporização do episódio piloto foi bastante confusa, já que dificilmente conseguimos distinguir os dias/meses em que determinadas evoluções de enredo aconteceram. Por seu lado, perceber quem responde a determinado nome ou cargo é uma tarefa inicialmente inglória! Após este pequeno desabafo, vou então partir ao que interessa: a análise dos acontecimentos.

O episódio começa em 1273, com a chegada de Marco, com o seu pai Nicolò e o seu tio Matteo, à corte do magestoso Kublai Khan, neto do grandioso Genghis Khan. Sendo a família Polo, uma das principais comerciantes do ocidente no século XIII, assegurar o comércio na cobiçada Rota da Seda era algo que tinha de se fazer a todo o custo. Como o próprio nome indica, esta rota dedicava-se ao transporte de produtos, considerados de luxo, deste o oriente até à Europa Medieval… Até cá chegava a tão preciosa seda, porcelanas, especiarias, etc., sendo que os comerciantes italianos foram os monopolistas deste comércio durante alguns séculos.

Não tendo levado os padres que Kublai tanto queria, Nicolò viu no seu filho a única oportunidade de assegurar o comércio com o oriente. Deixou Marco como servo do grande Khan! Enfim, o que se faz por dinheiro! Kublai, um tradicional imperador déspota, tem alguns pontos fascinantes na sua governação: além da liberdade religiosa, bastante invulgar na altura, gostava de se rodear de pessoas inteligentes para enriquecer a sua corte e a sua mente com novos conhecimentos. Foi esta a razão que o levou a aceitar Marco sob o seu teto, já que o rapaz demonstrou ser um espírito livre, aberto a todo o conhecimento, independentemente das suas origens.

Assim que Marco é colocado na sua cela, dão-se os flashbacks que contextualizam toda a série… Marco cresceu sem os pais, a sua mãe morreu quando ele tinha seis anos e o seu pai havia partido semanas após a sua conceção, sendo que não sabia da existência do filho. Até à adolescência, Marco foi criado pelos tios que lhe deram uma educação muito rica e que fizeram dele um excelente ser humano. Assim que o pai regressa, ele aproveita e esconde-se no navio da família pois não quer ser deixado para trás. Em três longos e penosos anos, eles atravessam o continente asiático até chegarem ao palácio do grande Khan… o problema é que os padres que Kublai tanto queria morreram ou abandonaram a jornada, levando ao acordo que Nicolò propõe ao imperador de todo o império que se encontra sob o manto azul celeste.

No início da sua estadia, Marco estava muito revoltado, mas não com o grande Khan! Afinal foi o sei pai que optou por o abandonar neste local em troca do acesso ao tão cobiçado comércio do oriente. Conquistando a confiança do imperador, Marco ganha direito à educação da família real e dos altos dignitários do império, sendo que passa a ser das poucas pessoas que aprende escrita chinesa e mongol e é treinado nas tão famosas artes marciais orientais.

A única pedra no sapato de Kublai, é a cidade muralhada de Xiangyang, liderada pelo maquiavélico Chanceler Jia Sidao. Nos minutos finais, o próprio príncipe Jingim lidera o ataque a uma aldeia sob a alçada de Sidao. No entanto, as probabilidades de sair de lá com vida são poucas, já que o seu tio não cumpriu o prometido e não compareceu com o seu exército.

O episódio terminou com a premissa que Marco conquistará o seu lugar na corte de Kublai, onde viverá um amor proibido e verá de perto a ambição e a traição de alguns membros da família real. O ator principal, talvez pelo guião mal desenvolvido, não demonstrou estar à altura do seu personagem, no entanto, a série acaba por ser algo agradável.

Pontos fortes:

  • O guarda-roupa é algo de fenomenal… Ricamente produzido ao pormenor!
  • Os cenários, interiores e exteriores, são perfeitos! Não é todos os dias que uma série consegue gravar em plena Veneza. Os desertos, as montanhas geladas e a chegada ao palácio de Khan, têm paisagens de cortar a respiração. Já a sala real de Kublai foi trabalhada ao pormenor em que nada falhou. Diria que, neste aspeto, Marco Polo está ao nível das melhores séries atuais.
  • A banda sonora, apesar de barata, é excelente. A determinada altura, a mistura de sons orientais com ocidentais deixou-me arrepiado. O que prova que não é necessário grandes produtores musicais e vedetas para se ter uma grande banda sonora.
  • O genérico é simples mas muito bonito! A mistura de pinturas de tinta chinesa acaba por dizer muito do enredo da série.

Pontos fracos:

  • Lorenzo Richelmy, o Marco Polo, não parece a escolha mais adequada ao papel, no entanto, tem ainda mais nove episódios para demonstrar o seu valor.
  • O enredo é um pouco confuso, sobretudo na evolução temporal e na distinção das diferentes personagens.
  • Nota-se cola no cabelo do Kublai! Repararam?

Nota: 7/10

Rui André Pereira

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