[Contém SPOILERS]
A Annalise Keanting passa de espetacular a extraordinariamente fantástica! O resto do pessoal é parvo.
Em “Kill Me, Kill Me, Kill Me” finalmente chegámos à noite do homicídio. Por isso, acompanhemos o processo.
Depois de dizer que ordenou análise de DNA a todos os homens da vida da Lila no episódio passado, a Annalise teve uma discussão colossal com o Sam em que as coisas mais horríveis foram ditas. E o Sam? Grande sacana. As coisas que ele disse em resposta à revelação provocativa de que a Annalise teve um amante foram violentas, racistas, verdadeiramente vis. O trabalho feito pelo Tom Verica e pela Viola Davis nestas cenas foi extraordinário, sendo que sem surpresa a Viola roubou cada segundo.
A Annalise saiu de rompante de casa e o Sam ficou para trás, sozinho. Porém, não por muito tempo. Pouco depois, chegou ao local do crime prestes a acontecer a primeira suspeita, Michaella Pratt. Depois de roubar a estatueta ao Miller, foi entrega-la à Annalise para se livrar do exame, mas apenas encontrou um Sam perturbado. E, eis que de repente, surgiu também a Rebecca, “Liga ao Wes.”, e correu para o quarto do Sam para procurar provas no computador dele que provassem que era o assassino da Lila. O Sam correu atrás dela, descontrolado, e a Michaella ligou ao Wes para tentar perceber o que diabo se passava. O Wes explicou que o Sam matou a Lila e a Rebecca estava a tentar encontrar provas. Entretanto, o Wes, a Laurel e o Connor, que já iam a caminho finalmente chegaram a cada da Annalise e tentaram controlar a situação. Mas o Sam atacou a Rebecca para lhe tentar retirar a flashdrive onde ele tinha copiado os dados do pc, a Laurel agarrou na flashdrive, o Sam tentou a agarrá-la a ela, a Michaella empurrou-o para a proteger, o Sam caiu do andar abaixo.
Há sangue, ele não mexe e ficamo-nos a perguntar onde é que a estatueta entra nisto? E foi a Michaella que o matou? Oh espera, momento à la Scream, o Sam reergueu-se e voltou a atacar a Rebecca, perigosamente perto de a matar. Vemos a estatueta a bater-lhe na cabeça. O assassino? O Wes. Finalmente, temos a nossa resposta e…meh. Preferi aquele momento em que pareceu a Michaella, simplesmente porque ela é uma personagem mais interessante que o Wes.
No entanto, não foi só esta revelação que me desiludiu. Uma das coisas que me cativou logo no piloto de HTGAWM e me propulsionou a ver a série foi o facto de 4 personagens, tão diferentes, tão competitivas, de alguma forma se terem unido o suficiente para lidar com um homicídio. O que as terá unido? Que caminho foi percorrido para isso? Eu bem que tentei perscrutar ao longo desta semanas alguma justificação para tal, mas a única coisa que nos foi dada foi neste episódio e soba forma de fumaças de explicações legais: eles invadiram propriedade, o Sam estava apenas a defender-se, blah blah blah. Eu não estou em lei, mas duvido que as coisas se processem assim dessa forma…a única voz da razão parece ter vindo do membro que mais pareceu entrar em psicose. Ela estava só a tentar entregar a estatueta e não fazia parte daquilo. O que é que eles estão a fazer? Porque é que o estão a fazer? Como é que o Wes, pãozinho sem sal que é, se tornou um mestre em cover up de homicídio de repente? Bem, a resposta para isso pode ter sido a graça de salvação deste episódio: Annalise.
Para onde foi a Annalise depois de sair de casa então? Para onde mais? Foi ter com o ex-amante para desabafar….e mais umas coisinhas, claro. Feita a “coisa” a Annalise voltou para uma casa sem Sam e fez uma chamada ao marido a pedir desculpa, que já estavam casados à 20 anos, atravessado tanta coisa, que não tinham sentido as coisas horríveis que disseram….WHAT? Ok, é verdade que em discussões, às vezes queremos meramente magoar, que dizemos algo que não achamos realmente, mas sabemos ser um ponto fraco da pessoa em nossa frente, porém a discussão entre a Annalise e o Sam foi muito mais. Não havia amor, apenas ódio, vontade de destruir em estado puro. Como é que ela podia estar a dizer estas coisas? Bem, foi essa a revelação do final do episódio. Ela sabe! Quando a Annalise chegou a casa, o corpo ainda estava na sala! O Wes foi buscar a arma do crime e deparou-se com ela! Esta revelação salvou o episódio de certa forma porque retirou o status de mastermind ao Wes. Como eu perguntei, como é que ele se tornou mestre em cover up? Simples, não tornou e está a ser guiado pela brilhante Annalise! A chamada para a Bonnie, a chamada para o Sam, tudo alibis. BRILHANTE !!! A ideia de tirar o corpo e destruir o DNA, ideia da Annalise, por isso é que o Wes mentiu acerca do resultado da moeda. Tinha que fazê-lo.
Ainda assim, apesar da graça que foi esta revelação, não é sem falhas, já que a relação que foi inventada entre a Annalise e o Wes tem que ser a coisa mais estranha de sempre.
A sequenciação do episódio e os saltos temporais foram feitos com mestria, mas assim que começamos a agarrar numa linha de pensamento que assente em lógica e motivações, começamos a descoser a história. Infelizmente, HTGAWM parece ser uma série que para aproveitar ao máximo tem que se ver sem pensar muito. Com tanto tempo até à segunda parte, era bom que os argumentistas conseguissem orientar-se já que a grande falha na série é mesmo na parte da escrita.
Outras coisas:
– A Michaella precisa desesperadamente libertar-se desta noite traumática. A escapatória é o casamento, por isso aceitou assinar o contrato nupcial.
– A Bonnie foi recontratada, obviamente.
– O Connor não contou verdade ao Oliver, claro. Em vez disso inventou que consumia drogas. O que, convenhamos, depois desta noite, se calhar…
– Não houve caso esta semana. Alguém reparou ou quis saber? Pois! Eu bem disse que eram a parte mais fraca dos episódios e tão removíveis.
Nota: 8.4/10 (2 pontos bónus só porque Analise Keating/Viola Davis)
André F Dias