Depois de alguns meses, Chicago Fire está de volta. É caso para dizer: finalmente! A série, como era de esperar, terminou de forma dramática. Diria mais: o final de temporada foi avassalador. E esta espera serviu para aumentar ainda mais a ansiedade.
Durante este intervalo, a NBC divulgou que a atriz Serinda Swan iria ter uma participação na série. A produtora americana nunca se dá por satisfeita e os fãs só podem ficar agradados com esta forma de trabalhar.
Bom, mas vamos ao que interessa. A temporada anterior tinha terminado com uma chamada que levou o corpo de bombeiros a intervir num edifício. Uma vez no interior, BOOM! Dá-se uma explosão sob olhar atento de Boden. Devo dizer que a forma como a história foi “pescada” do episódio anterior para este arranque de temporada foi fantástica. Em meia dúzia de imagens fizeram o resumo das histórias principais e com a voz off do Boden, o resultado foi genial. O texto está muito, muito bom. Vi aqueles primeiros 45 segundos durante várias vezes. É por estas “pequenas coisas” que admiro o trabalho da NBC e da equipa de produtores desta série.
Para aqueles que tinham dúvidas, sim, os bombeiros estavam mesmo no interior do edifício quando se deu a explosão. E sim, ficaram maltratados. Confesso que em maio quando a temporada terminou daquela forma, tive sempre algumas reservas. “Será que estavam lá?” – “Será que a explosão os apanhou?” – “Será que conseguiram fugir, feito ilusionistas?”
E quando já estava mentalizado que apesar do estrondo, estava tudo bem, não podia ter ficado mais surpreendido com o que veio de seguida. Aposto que muita gente ia tendo um colapso quando viu a reanimação a Shay não surtir qualquer efeito.
Até aqui havia sempre a dúvida. Mas a confirmação veio depois. Leslie Shay, Line of Duty Death. E quando se trata de um personagem que vem desde o arranque da série e que deu tanto aos enredos, às histórias, à própria série e até aos restantes personagens, é difícil digerir.
Achei muito mau gosto ter a substituta com tantas semelhanças físicas em relação a Shay. A paramédica Sylvie Brett apresentou-se ao serviço mas, na minha opinião, até seria interessante “repescar” Allison Rafferty. Teve uma curta passagem pela série na temporada anterior e, apesar de ter tido um começo pobre, acabou por se tornar um bom elemento. Mas isto já sou eu a fazer de argumentista.
Entretanto, até já me tinha esquecido da vontade de Gabby de ser bombeira. Gostava mais quando estava na ignorância. Com isto, veio novamente Tommy Welch, tenente do quartel 105 onde Gabby esteve e para onde terá indicação para ir. A história dele com Casey já vai tendo outros contornos.
Com o desfecho que foi dado a Shay, Severide acaba por ficar MIA. Desaparecido! Toda a gente pergunca mas ninguém sabe responder. Ele e Shay sempre tiveram uma relação muito próxima e era de esperar que perdesse o chão com o que se passou. Mas Casey lá consegue localizar o homem. Em todos os sentidos. Quem os viu e quem os vê. Não direi que são grandes amigos mas evoluíram muito desde o início da série.
Quem também tem tido muita dificuldade em lidar com a morte de Shay é Boden. Mais um elemento que perde. Mouch bem tenta criar alguma distração, inclusivé com Platt, a sargento de Chicago PD. E apesar daquele casalinho ser digno de banda desenhada, Boden não parece conseguir desligar.
Mas o caso mais crítico acaba por ser Gabby. Finge que está a conseguir dar a volta e lidar com a perda mas está bem no fundo do poço. Tem procurado ajuda e escondeu de toda a gente, inclusivé do noivo. Mas apesar de procurar ajuda, não está necessáriamente a aceitar a ajuda e a fazer por reverter a situação.
Os flashbacks foram muito bons. Ajudaram a contextualizar muita coisa. A chegada de Shay ao Batalhão 51, por exemplo. Bastante animada, como seria de esperar. Mas com os flashbacks ficamos com mais informação do dia em que se deu a explosão, em particular a troca de posição que houve entre Gabby e Shay, segundos antes do rebentamento.
Confesso que há um período em que a história não desenvolve grande coisa. Acho que tivemos 20 minutos de grande nível e, por mim, se o episódio acabasse ali, teria de rebentar a escala na hora de avaliar. Depois de alguma monotonia, as coisas voltam a disparar na altura em que Gabby fica completamente desarmada na “terapia”.
Esta temporada arranca como terminou a anterior. Durante muitos momentos, a história é monstruosa. No bom sentido. Tivemos momentos de muito dramatismo, de ansiedade, de tensão, de surpresa e de ação. Conseguiu emocionar, revoltar, divertir e até cortar a respiração. A série é fabulosa!
Nota: 10/10
Ricardo Almeida
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