O primeiro episódio de Teacup não revela muito, mas não precisa de o fazer para nos deixar com a sensação de estarmos perante algo diferente. Embora ainda seja cedo para tirar conclusões definitivas, a série mostra mais potencial do que outras recentes que exploraram o género.

Aos poucos, vão-nos apresentando a família e temos a sensação de chegar a meio de uma história já em andamento. As dinâmicas familiares, os atritos e tensões estão num ponto alto, mas a série não se apressa a explicar cada reação, permitindo-nos descobrir a complexidade destas relações ao longo do tempo. Este método faz com que a narrativa seja envolvente, como se fôssemos um membro desta, mais distante, que acaba de chegar e tenta apanhar o fio à meada do mais recente escândalo.

A sensação de aterrarmos no meio de uma crise familiar está muito presente, mas o ambiente rural, numa quinta isolada rodeada por uma floresta densa, e o comportamento estranho dos animais, assim como outros acontecimentos fora do normal, não nos deixam esquecer que algo mais sinistro está por vir, ou seja, que é uma série de terror também e não apenas um drama. Em 30 minutos, a história ainda não nos dá tempo para formular muitas teorias, mas faz o suficiente para nos envolver na vida desta família. Yvonne Strahovski lidera o elenco de forma muito competente, num grupo carismático que nos faz querer saber o destino de cada um e como se vão safar. A realização é sólida, conseguindo transmitir tanto a faceta humana do enredo como momentos que nos remetem para a essência do terror.

Apesar de não ser o melhor episódio de estreia que já vi, não sendo o mais carregado de história ou o mais original, é eficaz no que se propõe: apresentar as personagens principais e fazer-nos preocupar com elas, ao mesmo tempo que estabelece as bases para o mistério que, certamente, se vai adensar nos próximos capítulos. Com episódios relativamente curtos, não se perde tempo com partes aborrecidas, indo diretamente ao que interessa e mostrando desde logo a direção em que a história pretende ir. Vou definitivamente continuar a ver o resto da temporada de Teacup, pois o primeiro episódio deixou-me curioso. Não é perfeita, mas parece estar acima do que se tem visto no género.

A série estreia em breve na plataforma de streaming SkyShowtime.