Monsters: The Lyle and Erik Menendez Story – Crítica da temporada
| 11 Out, 2024
7.85

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Monsters: The Lyle and Erik Menendez Story proporcionou-nos um dos melhores episódios que provavelmente alguma vez vi, no entanto, no geral, foi uma série que me deixou com bastantes sentimentos contraditórios. E depois de assistir também à série documental The Menendez Murders: Erik Tells All e ao documentário The Menendez Brothers, lançado na Netflix no passado dia 7, esses sentimentos intensificaram-se ainda mais.

Embora compreenda que a série é ficcional e que explorou vários pontos de vista sobre o caso, penso que teria sido melhor se isso tivesse ficado mais claro, isto é, se tivesse sido ainda mais reforçada a ideia de que nos estavam a ser apresentadas várias versões de uma mesma história.

Uma coisa é a história ser-nos contada através da perspetiva de alguém, em que nos é mostrada a sua opinião quanto ao que acham que aconteceu ou ao que pensam que foi o motivo por trás do crime; outra, são os factos ou a informação a que temos acesso através do que foi apresentado nos julgamentos ou nas entrevistas que os irmãos deram. Ainda que existam bastantes semelhanças entre o que foi mostrado na série e o que é apresentado nos documentários, muitas foram as vezes, enquanto via Monsters: The Lyle and Erik Menendez Story, que fiquei na dúvida quanto ao que seria efetivamente verídico ou inventado.

Talvez se a ordem dos episódios fosse outra, tivesse acabado por gostar mais. Por exemplo, o episódio mais focado em Dominick Dunne (Nathan Lane), que reforça a perspetiva de que o crime tinha sido cometido por causa da herança, poderia ter sido um dos primeiros, ainda antes de se falar dos abusos. A série poderia começar na mesma com a confissão de Erik ao psicólogo, seguindo-se o momento em que os irmãos são presos. Via-se então a perspetiva de Dominick, iniciava-se o primeiro julgamento, à medida que nos iam sendo mostrados os episódios mais focados nos irmãos e nos relatos individuais dos abusos, até chegarmos ao segundo julgamento. Por falar no segundo julgamento, também nos poderia ter sido dado mais contexto quanto às nuances deste, pois as regras foram alteradas, o que acabou por ser bastante injusto. Confesso que só depois de ver os documentários é que percebi melhor o segundo julgamento.

Além disso, Monsters: The Lyle and Erik Menendez Story pareceu-me um pouco longa. Não no sentido em que não houvesse história suficiente para explorar ao longo de nove episódios, mas porque senti que se a série tivesse sido condensada em apenas seis episódios, por exemplo, ter-se-ia evitado o foco em detalhes questionáveis ou em cenas desnecessárias, especialmente as mais cómicas.

O elenco, por outro lado, foi uma das grandes mais-valias da série. A escolha dos atores foi extremamente acertada, tanto pela qualidade das interpretações, como pelas semelhanças físicas às pessoas reais.

Melhor Episódio:

The Hurt Man (Episódio 5) – Sem sombra de dúvida que este foi dos melhores episódios, não só desta temporada, mas atrevo-me a dizer de todas as séries que alguma vez vi. São mais de 30 minutos, sem um único corte, centrados inteiramente em Erik Menendez. Dizer que a atuação do Cooper Koch foi brilhante é pouco! Além disso, este episódio é um relato duro e detalhado dos abusos que Erik sofreu às mãos dos pais, sendo que também foi abusado pelo irmão. Fiquei agoniada e revoltada do início ao fim e com o coração em pedacinhos.

Personagem de destaque:

Erik Menendez – A par da atuação digna de um Óscar por parte de Cooper, o relato dos abusos pelos quais passou, não só por parte do pai, mas também do próprio irmão, não me sai da cabeça. É inimaginável todo o sofrimento pelo qual passou.

Monsters: The Lyle and Erik Menendez Story - Crítica da temporada
Nº Episódios: 9
7.85
9.5
Interpretação
7
Argumento
7.5
Realização
6.5
Banda Sonora

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