“Factos são os inimigos da verdade” é a citação de Miguel Cervantes que guia este novo episódio da série The Divide. Começa com uma reunião entre Christine, Terry e Clark. Terry, apesar de ainda estar céptico em relação à sua libertação, aceita finalmente a ajuda dos dois membros da “Innocence Initiative”. Indica dois potenciais suspeitos que podiam estar envolvidos no assassinato dos Butler: o pai de Kucik, que sabia da relação entre ele e a filha mais velha dos Butlers e não a aprovava, e Eric Zale. Sendo o último o filho de Stanley Zale, uma das pessoas mais ricas e influentes do estado da Pensilvânia, impedindo a organização de investiga-lo, pois põe em perigo não só Christine e Clark, mas também Kucik.
Jenny Butler, ao conversar com Adam Page, começa a ter dúvidas acerca do que lembra do dia do assassinato, e com o incentivo de Page decide visitar o seu psicólogo para revisitar a sua memória e saber se realmente Jared Bankwoski foi a pessoa que matou a mãe de Jenny, visto que Jenny tem tido dificuldades em visitar o seu psicólogo por ter medo de enfrentar o trauma.
Christine, mostrando a sua perseverança em resolver o caso de Kucik, é proibida de trabalhar mais e concentrar-se nos estudos, sendo uma estudante de Direito. Obviamente, Christine desobedece o seu superior, Clark, e visita os pais de Terry Kucik. Aí aprendemos que a mãe de Kucik é uma mulher caridosa, que visita o filho todas as semanas e que fica feliz com a notícia de que ele pode ser libertado. Porém, o pai de Terry, que trabalhava na casa dos Butlers como constructor e que culpa o filho pela ruína da sua empresa, dizendo que ninguém quer trabalhar com o pai do homem que matou um dos seus clientes.
Na prisão Kucik descobre quem o atacou no episódio anterior a partir do seu amigo Raymond (que não é tão moralmente correcto em comparação com Terry) que sugere que ele vingue do ataque e “mandar-lhes uma mensagem”. Com medo que violência acabe com as suas chances de sair da prisão, Kucik decide não se envolver numa vendetta pessoal, para o desapontamento de Raymond. Mais tarde Raymond aparece morto dentro da cozinha da prisão, assustando mais ainda Kucik: Christine e Clark sentem-se mais pressionados em resolver o caso, pois a vida de Kucik dependia disso.
De volta à Jenny Butler, a menina vai finalmente ao psicólogo (depois de faltar a muitas consultas), e sob hipnose tenta recordar o que aconteceu no dia do assassinato e o que presenciou no exacto momento em que a mãe foi assasinada. É aí que lembra ter visto Jared Bankwoski a gesticular à sua direcção, mandando-lhe que se calasse e ficasse escondida do verdadeiro assassino: “He was warning me. He was trying to help me.” (Ele estava a avisar-me. Ele estava a tentar ajudar-me) disse ela.
Um novo teste de DNA encontrado nos órgãos genitais de uma das vítimas é feito, e para além de ser registrado como positivo para o DNA de Terry Kucik, também foi detetado mais uma outra amostra, revelando assim ao Adam Page uma terceira pessoa que podia estar envolvida no assassinato.
O terceiro episódio de The Divide foi na minha opinião quase tão bom quanto os dois primeiros. Cada cena tinha um importante papel para a resolução do caso dos Butlers, e foi-nos introduzida mais informação sobre as personagens: pudemos ver Billie Page (Nia Long) em acção no tribunal, o irmão de Billie Page (que não aparece por muito tempo, mas dá a impressão de que é um bocado irresponsável e tende a fugir à lei), a culpa que Jenny sente quando percebe que possivelmente condenou um homem inocente à morte, o pai de Adam Page, Isaiah Page, que sofre ainda com a morte da mulher, e ainda uma cena entre Jenny e Trey Page (filho de Adam Page), que pode indicar um possível romance entre os dois. A minha atenção virou agora para Jenny. Gostei muito da cena em que ela visita a sua casa depois de muito tempo, mostrando que ela é mais forte do que parece e que está cansada de ser vista como a menina traumatizada. Espero que o quarto episódio mostre mais cenas dela, principalmente com a família Page que parece gostar tanto dela.
9/10
Cátia Neto