Depois de ter lido o livro, tornou-se inevitável ver o piloto de Dear Child (A Rapariga da Cabana, no título em português), a adaptação da Netflix.
Com o nome original Liebes Kind, a minissérie alemã traz para o ecrã o livro de Romy Hausmann, do qual gostei bastante, mas já é possível perceber, pelo primeiro episódio, que a adaptação se propõe a fazer várias mudanças em relação ao material de origem. Nada de drástico e nada que me desagrade, no entanto. Aliás, até gostei de algumas personagens que não existiam no livro e que acho que podem fazer a diferença pela positiva. Pelas primeiras impressões, prevejo que se trata de mais uma adaptação que não conseguirá ser tão boa como o seu livro, mas a verdade é que parto para a série já sem o elemento surpresa, que é absolutamente essencial nesta história.
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Deixando o livro de parte, vamos concentrar-nos apenas na série. Enquanto thriller, o episódio piloto funciona perfeitamente bem. Apresenta-nos várias peças do puzzle, põe-nos a formar teorias, mas sem nada revelar. Os 45 minutos passaram, e rápido, e fica aquela vontade de ver mais para perceber como tudo se vai desenrolar. No entanto, em termos de elementos dramáticos, parece que fica a faltar qualquer coisa. O argumento não é mau, mas também não é excelente. A banda sonora adequa-se ao esperado dentro do género, mas talvez seja demasiado previsível, ao esforçar-se por criar uma sensação de tensão. Por outro lado, Naila Schuberth, a jovem atriz que dá nome a Hannah, é muito boa no seu papel. No entanto, isto faz com que quase todos os outros elementos do elenco parecem ser estrelas menores, muito menores, em comparação a ela.
É certo que vou ver o resto e posso adivinhar que vou gostar e sentir-me perfeitamente entretida, mas o piloto de Dear Child faz prever que é uma daquelas séries que se esquecem rapidamente depois de as termos terminado. Há ‘sentenças’ muito piores que se podem dar a uma série e a verdade é que nem todas podem ser obras-primas. Se gostas de tudo o que envolve este género, espreita.