Chegou à Netflix a tão aguardada estreia do live-action de One Piece. Para os poucos que não sabem, One Piece é uma das maiores mangas de sempre, acompanhado por um animé de sucesso mundial que está a decorrer desde 1999 e que neste momento vai no episódio 1073. Sim, leste bem! Esta longa e épica história acompanha Strawhat Luffy, um jovem pirata que abandona a sua vila para perseguir um sonho, o de descobrir o One Piece, um tesouro lendário, e tornar-se o rei dos piratas.
Luffy (Iñaki Godoy) é inocente e infantil em muitos momentos, mas portador de um bom coração e de uma energia contagiante. Sabendo que não consegue fazer tudo sozinho, a sua primeira missão é recrutar pessoas para a sua tripulação. Esta 1.ª temporada, composta por oito episódios de cerca de uma hora, vai ter o equivalente a três arcos do animé e vai terminar num dos meus momentos favoritos da história inicial. Isto quer dizer que a série até vai andar a um bom ritmo, o que pode jogar a seu favor.
Neste primeiro episódio conhecemos Luffy e o seu estranho poder, o de ser um homem elástico. O episódio piloto tinha três grandes objetivos: oferecer contexto, dar a conhecer as personagens e deixar-nos cativados pela história.
O contexto é obtido acima de tudo pelos flashbacks de Luffy, onde descobrimos que ele idolatrava Shanks (Peter Gadiot), um pirata que tem um bom coração, e que isso o levou a querer seguir o mesmo caminho. Também nos é dado a conhecer o contexto dos estranhos poderes que existem neste mundo – o de Luffy é apenas um – e o preço a pagar por eles. As personagens, para já, são, acima de tudo, Luffy e Zoro (Mackenyu). Acabamos por conseguir conhecer Luffy um pouco melhor, em especial pela presença tão diferente de Koby (Morgan Davies). Ambos têm um bom coração, mas Luffy é ingénuo, aventureiro e muito, muito determinado. Koby vive com medo das consequências, acabando por ter mais medo do que pode acontecer do que em vez de pensar no que pode colher. Zoro ainda não é muito explorado neste episódio, sabemos apenas que quer ser o melhor espadachim de todos os tempos e quem melhor para acompanhar o homem que quer ser o rei dos piratas? E sabemos que essa vontade advém de uma promessa outrora feita. Nami (Emily Ruud) também ainda foi muito pouco explorada, mas tenho muita expectativa em relação a esta atriz para a interpretação deste papel.
A história é muito simples e é apresentada nos primeiros dois minutos. Gol D. Roger morreu e deixou escondido o maior tesouro do mundo, o One Piece, o que leva a uma nova geração de piratas determinados a encontrá-lo. O que é que vais encontrar nesta história se lhe deres uma hipótese? Tudo. É uma história de aventura e ação, mas com mistério, com um bom e complexo enredo, com diversão e até com muita emoção à mistura.
Este episódio do live-action da Netflix é realizado por Marc Jobst (Daredevil, The Punisher e Hannibal) e todos os episódios têm a supervisão (algo que me deixa bastante descansado) de Eiichirô Oda, o criador original de One Piece.
É um live-action perfeito? Ainda não, mas de todos os que já vi é o mais parecido ao espírito original da obra e faz-se notar o investimento, bem sucedido, nos efeitos e cenários. Nota-se também a energia e vontade do elenco em dar vida a esta obra. Vou ver a temporada completa sem dúvida e espero que tenha muito sucesso.
P.S.: Muito cuidado com pesquisas sobre a série. Lembra-te que é baseada numa manga já muito longa e é muito possível que encontres grandes spoilers. Pesquisa por tua conta e risco.
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